quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Mães solo no Japão e a personagem Keiko de Ninguém Pode Saber – Postagem Especial


Por Eric Silva

“Eu só queria alimentar o meu filho o suficiente para satisfazê-lo.”
(trecho de bilhete suicida de uma mãe solo japonesa).


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Recentemente resenhei o filme japonês Dare mo Shiranai (誰も知らない), traduzido no Brasil como Ninguém Pode Saber. Baseado em fatos reais, o filme dirigido por Hirokazu Kore-eda (是枝 裕和) conta a história de quatro crianças que tentam sobreviver, ao longo de meses, ao desamparo e a pobreza, após serem abandonadas pela mãe em um apartamento diminuto no subúrbio da cidade de Tóquio.

Nessa resenha falei um pouco sobre o filme, minhas impressões e também sobre seus principais personagens, sobretudo o menino Akira (福島明), e, de forma mais breve, sua mãe, Keiko Fukushima (福島けい子), esta última, o personagem mais intrigante e oblíquo da narrativa.

A família Fukushima

Ao longo dos meus comentários e análise da personagem interpretada por You (江原由希子 Ehara Yukiko), apontei que Keiko é uma mulher de fala e lógica muito infantil e que, por sua imaturidade, não foi capaz de seguir um planejamento familiar, tendo muitos filhos de pais diferentes e ausentes. Ao mesmo tempo, ela foi incapaz de manter-se junto as quatro crianças e após escondê-las da sociedade, privando-as de uma vida normal, também as abandona em troca de uma proposta de casamento. Ou seja, afirmei categoricamente que a família Fukushima é nitidamente desestruturada e o centro dessa falta de estrutura é a mãe das quatro crianças, principal responsável pela desventura dos filhos. Mas, na ocasião, também levantei um outro questionamento: seria realmente só isso? Não estaria fazendo uma análise superficial da personagem?

A minha tese é que analisar a personagem Keiko apenas por suas características psicológicas, desconsiderando o contexto social no qual ela se encontra é se manter na superfície dos fatos. Por mais desequilibrado, imaturo ou irresponsável que seja o ser humano, suas escolhas e atitudes não são determinadas de forma aparte do contexto social no qual se encontra inserido, porque ser humano algum está imune das influências e determinações sociais.

Essa linha de raciocínio fez então com que eu me questionasse qual seria, no Japão, a realidade das mães solteiras, ou mães solo. E ao fazer algumas pesquisas, constatei que, por detrás da Keiko que Kore-eda nos permite conhecer, há o peso de uma sociedade na qual centenas ou até milhares de mães japonesas solteiras passam por profundas dificuldades financeiras junto com seus filhos, a despeito do avanço social apresentado pelo país.

Conhecer essa realidade até então ignorada por mim, permitiu com que eu tivesse uma outra visão sobre a personagem de Dare mo Shiranai. Não uma visão que justifica suas ações, mas que ao menos volta-se para ela com um olhar mais humano.

Nessa postagem especial apresento algumas informações sobre a situação da mãe solo no Japão e falo um pouco da minha interpretação da personagem Keiko do filme de Kore-eda.

***

A mãe solo (solteira) no Japão

As condições de vida das famílias monoparentais chefiadas por mulheres no Japão nem sempre são as melhores possível, podendo variar bastante de acordo com fatores como: a escolaridade individual da mulher, seu histórico de trabalho, círculo social e até mesmo recursos internos.

Segundo algumas pesquisas que realizei na internet, muitas das mães de família solteiras se encontram na linha da pobreza e até mesmo passam fome. Seus filhos são em média mais pobres e apresentam níveis de escolaridade menor, além de menores perspectivas de crescimento social[1].

No Japão, existe a tendência de que as mulheres ganhem muito menos do que os homens na realização de tarefas similares. Contudo, a situação se tornou ainda mais grave após muitos anos de estagnação econômica ao qual o país se encontrou submetido. Segundo afirma Yoshiaki Nohara, jornalista da agência de notícias nova-iorquina Bloomberg[2], muitos postos de trabalho permanentes no Japão foram sendo gradativamente substituídos por empregos de baixa remuneração com carga horária de meio período ou por contratos. Essa nova realidade trabalhista teria afetado o modo de vida de muitos japoneses, mas de forma especial às mães solo do país que tiveram suas perspectivas de trabalho consideravelmente diminuídas.

Ainda segundo Nohara, a maioria dessas mulheres conseguem se empregara apenas em ocupações temporárias, de meio período ou por contratação, o que lhes dão não só rendimentos menores como poucas garantias de benefícios sociais ou previdenciários. Por conta disso, não é incomum que essas mulheres procurem vários empregos que lhe garantam, no conjunto, o mínimo para suprimir as necessidades do núcleo familiar que chefiam.

Ainda assim, segundo estatísticas apresentadas por Akaishi Chieko, membro do Painel de Especialistas em Apoio a Famílias Monoparentais no Conselho de Segurança Social do governo japonês[3], “mães solteiras que conseguem encontrar e manter posições regulares recebem em média ¥2,7 milhões (R$ 80.730,00) anualmente”, em contraposição àquelas que trabalham no regime de trabalhos temporários, de meio período ou de pagamento por hora, e que acabam por receber entorno de ¥1,25 milhões (R$ 37.375,00) valor que se encontra abaixo da metade da média em relação a todas as famílias japonesas de classe média.

Chieko explica que a origem do problema de tantas mães solo viverem em condição de pobreza está enraizado na discriminação de gênero existente no país e que se combina com o aumento da pobreza e da desigualdade de renda. Segundo a especialista, a desigualdade salarial entre os gêneros no Japão está entre as maiores do mundo industrializado, com as mulheres ganhando salários que no geral são baixos. Ela afirma, inclusive, que a pobreza não é um caso isolado das mães solo, mas um problema que vem crescendo para as mulheres japonesas no geral.

No caso específico das mães que trabalham, afirma Chieko, estas recebem até 60% menos do que os pais que trabalham. Em suas palavras esta disparidade de renda é resultante de “um sistema social construído com base na concepção de que o marido é o chefe da família”. Ela ainda complementa:

O sistema formou suas raízes nas décadas de 1950 e 1960 para dar apoio à estrutura familiar padrão que consistia em um marido que trabalhava por longas horas fora de casa; uma esposa que ficava em casa para fazer os serviços domésticos, cuidar das crianças e dos idosos (suplementando a renda de seu marido através de trabalhos de meio período quando necessário); e seus filhos. O sistema dá tratamento preferencial para famílias com esposas dependentes através do pagamento de pensões para cônjuges dependentes, da isenção de imposto de renda para o cônjuge e subsídios para o cônjuge pagos por empregadores corporativos”.

Por conta desse sistema, mais da metade das mulheres japonesas param de trabalhar quando casam ou tem seu primeiro filho e passam a se dedicar a família por tempo integral, tornando-se dependente de seu cônjuge. Contudo, declara Chieko, “o peso econômico que o sistema impõe sobre aqueles que se afastam da norma cai desproporcionalmente em cima das mães solteiras, as quais encaram o desafio de conseguir dinheiro o suficiente para criar seus filhos em um mercado de trabalho que foi montado para oferecer nada mais do que ganhos suplementares às mulheres durante os anos de educação de seus filhos”.

O resultado é que as mulheres que chefiam famílias monoparentais encontram dificuldades muito grande para manter seus filhos em um país com elevado custo de vida. Quando não conseguem postos regulares de trabalho, suas famílias entram para a lista daqueles na linha de pobreza ou abaixo delas. Por isso, não é incomum que elas evitem compartilhar com amigos e familiares a realidade de seus relacionamentos, como declara a redação da revista Marie Claire em reportagem de 2017[4].

Paulo Sakamoto, do IPC Digital[5], menciona um caso de 2013, ocorrido no distrito de Kita, em Osaka, no qual uma mãe e seu filho foram encontrados mortos em um apartamento. Segundo ele não havia alimento algum no local e fora encontrado um bilhete com as seguintes palavras: “Eu só queria alimentar o meu filho o suficiente para satisfazê-lo.” Segundo Sakamoto, esse caso foi o motivador para o surgimento de uma ONG japonesa, o grupo “Ação Contra a Pobreza Infantil de Osaka”, que vem trabalhando com mães solteiras em condições de pobreza.

O nível de escolaridade é outro ponto que, conforme declara Chieko, se configura como fator impulsionador das dificuldades encontradas pelas mães solo do Japão. A especialista explica que, no país, possuir um diploma de conclusão do ensino médio é pré-requisito para licenças profissionais e também certificados. Segundo ela, aqueles que não completaram o ensino médio possuem opções de carreira muito limitadas e acabam ou desempregados ou em subempregos nos quais são muito mal pagos. Por conta disso, o nível de escolaridade da mulher é um fator importante no que diz respeito as condições de vida por ela enfrentadas quando se torna uma mãe solo.

Chieko afirma que no Japão existem medidas e programas adotados pelo Estado japonês para prestar auxílio social às mães solteiras ou divorciadas, mas ela adianta que essa assistência pública é inadequada e, por isso, pouco auxiliam para a melhoria da qualidade de vida das famílias monoparentais em situação de pobreza. Segundo a especialista as duas principais formas de assistência públicas disponíveis no país são: o subsídio de educação para as crianças (jidō fuyō teate), que é utilizado principalmente por pais divorciados, e o subsídio infantil (jidō teate), um benefício para famílias de baixa renda com filhos. Porém, ambos possuem pagamentos muito baixos e o governo não oferece ajuda quanto aos custos de seguro social, que, segundo Chieko, são “uniformemente elevados” e “que as famílias japonesas devem pagar aos sistemas de seguro de saúde e de pensões”.

Em suma, pode-se perceber que as condições de vida das mães solo (solteiras) no Japão, mesmo em tempos modernos, podem ser muito difíceis, marcadas por tabus e problemas econômicos, a depender da escolaridade, histórico trabalhista e círculo social da mulher. Isso me fez cogitar a ideia de que situações como estas podem levar muitas mães desesperadas ou que ambicionam para si uma condição de vida mais estável e favorável às atitudes extremadas e criminosas como as adotadas pela personagem de Kore-eda e pela mulher real que inspirou o filme. Todo esse contexto social parece estar nas entre linhas da história de Dare mo Shiranai, mas nem sempre é possível deduzi-lo ou cogitá-lo.

Depois de apresentar algumas estatísticas falarei mais sobre Keiko Fukushima.

Algumas estatísticas

De acordo com o Ministério da Saúde do Japão, 16% das crianças japonesas vivem abaixo da linha da pobreza, número esse que aumenta para 55% entre famílias monoparentais[6].

De acordo com o Ministério do Trabalho, no Japão, o número de famílias de mães solteiras aumentou cerca de 50% entre os anos de 1992 e 2016 (712.000 famílias)[7].

A taxa de pobreza infantil para famílias de mãe solteira que trabalha é de 56%, a mais alta entre os países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico)[8].

Segundo relatório do Governo Metropolitano de Tóquio, dos 1.447 casos de maltrato infantil computados entre março de 2003 e 2004, 32% ocorreram em famílias monoparentais e 31% em domicílios com dificuldades econômicas[9].

A idade média das mães solteiras no Japão é de 40 anos. Destas, 80,8% são divorciadas, 7,8% não se casaram e 7,5% são viúvas[10].

Apenas cerca de 40% das mães solteiras são classificadas como empregadas regulares e mais de 50% são empregadas não-regulares. A proporção entre não-regulares e regulares vem crescendo anualmente[11].

A porcentagem de mães solteiras que possuem apenas o ensino fundamental é de 13,3%[12].

A renda média anual para mães solteiras que não concluíram o ensino médio é de ¥1,29 milhões (R$ 38.571,00)[13].



Keiko Fukushima


Keiko
Se no filme Dare mo Shiranai o menino Akira é o personagem mais notável e interessante, Keiko, sua mãe, é, sem dúvidas, o mais intrigante para mim.

Mais infantil que as próprias crianças, tudo na personagem da atriz You (江原由希子 Ehara Yukiko) mostra um posicionamento estranho, imaturo e irresponsável em relação a vida. Desconsiderar a importância dos estudos, deixar crianças cuidarem de si como se fossem adultos, escondê-las da sociedade, depender delas nas tarefas domésticas, trocar constantemente de parceiro e arriscar a vida de duas crianças pequenas só para omitir sua existência são apenas algumas das ações de Keiko que nos faz pensar que a personalidade da japonesa é das piores possíveis.

É obvio que a atitude de Keiko ao abandonar seus filhos à própria sorte demostra bastante desumanidade por sua parte, mas analisá-la apenas por suas características psicológicas, desconsiderando o contexto social que apresentei acima e no qual ela se encontra, é se manter na superfície dos fatos. Keiko não aparenta ser apenas o algoz, mas, ao mesmo tempo, parece ser também vítima de algo maior do que ela, maior do que aquele apartamento diminuto e com o qual a moça, por sua infantilidade explícita, por sua falta de maturidade contundente, não teve nem forças nem jeito para lidar. Numa sociedade na qual as mães solteiras muitas vezes se vem em condições muito difíceis, Keiko cedeu às soluções fáceis e muito pouco morais.

Primeiramente, é evidente que Keiko é imatura e irresponsável, isso não se discute, porque quem analisa com cuidado a trama criada por Kore-eda percebe que Keiko é pouco afeita a encarar a realidade de forma objetiva. Suas aventuras amorosas inconsequentes deram origem a quatro crianças não planejadas, em um país onde os cultos de vida e para criar um filho são elevadas, levando os casai japoneses a optarem por ter poucos filhos. Entretanto, nem tudo nessa mulher é verdadeiramente infantil, há ali também muito de malícia e isso é fácil de notar quando ela se demonstra empenhada a esconder literalmente a existência de seus filhos. E aqui chegamos ao ponto em que constatamos essa malícia: esconder da sociedade a existência dos filhos nada mais é do que uma estratégia para se alcançar um fim, um casamento que lhe dê estabilidade.

A vida de uma mãe solo (mãe solteira) no Japão está longe de ser uma das melhores. Como vimos, uma grande parcela delas vive com extrema dificuldade financeira estando na linha de pobreza e trabalham em diferentes empregos para conseguirem manterem seus lares. Keiko seria uma delas.

Pertencente ao grupo dos 7,8% das mães solteiras que não se casaram, a personagem do filme não parece ter vários empregos, mas trabalha até muito tarde, quando os seus atrasos não são decorrentes a farras e bebedeiras com conhecidos seus. Além disso, a pouca importância que ela dá a escolarização demonstra que mesmo ela deve ter um nível educacional muito baixo, o que limitariam ainda mais suas possibilidades de conseguir uma colocação profissional com salário maior do que seu trabalho em um departamento de venda de roupas. Ela muito provavelmente possuía uma renda tão baixa quanto as estatísticas japonesas apresentam e notadamente ela jamais conseguiria atingir uma ascensão social por outras vias que não fossem um casamento bem-arranjado.

Cartaz francês do filme.
Diante disso, Keiko prefere sonhar com um futuro melhor e estável que poderia ser garantido pelo casamento, aparentemente a forma mais fácil de ascensão social para a japonesa. Contudo, esse sonho esbarra no mecanismo pelo qual funciona uma sociedade que é ainda muito machista e até certo ponto tradicional: mães solteiras dificilmente se casam, porque dificilmente um homem deseja assumir os filhos de outro.

Keiko, no meu ponto de vista, abandona os filhos porque desejava a estabilidade de um casamento que ela jamais conseguiria sendo mãe de quatro crianças. Que homem se casaria com ela sabendo de sua prole numerosa quando nem os pais biológicos das crianças assumiram a paternidade? Silenciosamente ela tinha consciência disso e, por isso, era fundamental que o mínimo de pessoas soubesse da existência dos filhos.

Como mãe solteira e profissional de baixo nível de escolarização, ela tinha poucas perspectivas de ascender socialmente, ainda mais com quatro crianças para vestir e alimentar. Além disso faltava-lhe a maturidade e a força de vontade para enfrentar esse desafio enorme e cheio de privações.

Aparenta inicialmente ser uma boa mãe, zelosa, gentil e atenciosa, mas ao longo de toda a trama ela age de forma bastante egoísta. Para ela escondê-los estava acima de garantir o bem-estar e a integridade física e emocional das crianças. Transportar os filhos menos em malas de viagem e submetê-los a essa condição aponta para uma negligência velada pela máscara de mãe carinhosa. Além disso, ainda pode-se mencionar a forma como ela põe sobre as costas de Akira um peso desproporcional a sua idade: cuidar da família como se fosse um pequeno adulto. Se não bastasse, ainda questiona ao menino – quando este se queixa de seu novo relacionamento – se ela não podia ser feliz, e culpa o pai de Akira pelo seu infortúnio.

Em resumo, aquela família era produto da falta de maturidade e sentimento de dever e responsabilidade de Keiko e ao mesmo tempo era a amarra que a impedia de ascender à vida que desejava para si. Essa mesma falta de maturidade e responsabilidade condena ela e os filhos a uma vida cheia de mudanças e inconstâncias, onde tudo é provisório e irregular. Sempre que a vizinhança descobre a existência das crianças eles se mudam e, para manter sua condição oficial de solteira, os quatro são impedidos de frequentar uma escola, de sentirem a liberdade de espaços amplos e abertos e de viverem uma vida normal, como a de outra criança qualquer.

Mas porque ela esconde a existência de seus filhos? A resposta não seria tão simples, em boa parte já a respondemos, mas algumas evidências são passiveis de ponderação.

Em primeiro lugar, omitir a existência de quatro crianças reduzindo-as a uma, ajudava conseguir locatários que aceitassem alugar um imóvel para ela e seu filho. Escondê-las era também uma forma de mantê-las incógnitas da sociedade, tornando, inclusive, mais fácil abandoná-las depois.

Em segundo lugar, e bem mais óbvio que o primeiro motivo, não admitir a existência de seus filhos significava manter mais facilmente a imagem de uma mulher solteira e desimpedida, o que facilitava a busca por um parceiro, como já explicamos.

Em terceiro lugar, não matricular as crianças na escola representava uma economia, tendo em vista os gastos elevados com escolarização sem o devido apoio de programas sociais que poderiam ser oferecidos pelo Estado. Se isso não bastasse, a pouca escolarização dela própria poderia ser uma justificativa para a visão estreita e reducionista da mesma em relação a importância das crianças frequentarem a escola.

Em conclusão, sem estruturas psicológicas ou morais suficientes e vítima de um sistema social injusto, Keiko acaba por se tornar algoz de seus filhos. Com um nível de escolaridade baixo e menores perspectivas de crescimento social e profissional, além de uma renda muito baixa, sem ajuda governamental e com muitos filhos para sustentar sozinha, Keiko escolheu a solução mais fácil: abandonar suas crianças à própria sorte e recomeçar com um novo parceiro.

Diria eu que ela é produto de uma sociedade onde a mulher é desvalorizada profissionalmente, onde manter-se empregado é muito difícil, e que força, sobretudo os menos escolarizados, a se submeterem a formas de trabalho não-regulares. Um sistema no qual as mães solos são submetidas à grandes privações e desafios para garantir a alimentação e a escolarização mínima de seus filhos. Desse modo, de forma egoísta ela sacrifica o bem-estar de seus filhos – os únicos inocentes em toda essa trama – em nome de seu próprio conforto. Essa é a Keiko tal qual eu a vejo.






[1] Filhos de mães solteiras se tornam classe baixa no Japão. Disponível em: https://economia.uol.com.br/noticias/bloomberg/2018/06/25/filhos-de-maes-solteiras-se-tornam-classe-baixa-no-japao.htm.
[2] Filhos de mães solteiras se tornam classe baixa no Japão. Disponível em: https://economia.uol.com.br/noticias/bloomberg/2018/06/25/filhos-de-maes-solteiras-se-tornam-classe-baixa-no-japao.htm.
[3] A situação difícil enfrentada pelas "mães solteiras" japonesas. Disponível em: http://www.rukhnoteikoku.com/2016/11/traducao-situacao-dificil-enfrentada.html?m=1.
[4] Preconceito leva mães solo à pobreza, no Japão. Disponível em: https://revistamarieclaire.globo.com/Noticias/noticia/2017/05/preconceito-leva-maes-solo-pobreza-no-japao.html.
[5] ONG: Mães solteiras do Japão enfrentam pobreza, fome e abusos.  Disponível em: http://www.ipcdigital.com/nacional/ong-maes-solteiras-do-japao-enfrentam-pobreza-fome-e-abusos/.
[6] https://revistamarieclaire.globo.com/Noticias/noticia/2017/05/preconceito-leva-maes-solo-pobreza-no-japao.html
[7] https://economia.uol.com.br/noticias/bloomberg/2018/06/25/filhos-de-maes-solteiras-se-tornam-classe-baixa-no-japao.htm
[8] Ibidem.
[9] Ibidem.
[10] http://www.rukhnoteikoku.com/2016/11/traducao-situacao-dificil-enfrentada.html?m=1
[11] Ibidem.
[12] Ibidem.
[13] Ibidem.

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