Agatha Mary Clarissa Christie |
Por Eric Silva.
“A essência da vida é andar
para a frente; sem possibilidade de fazer ou intentar marcha a trás.
Na realidade, a vida é uma rua
de sentido único.”.
(Agatha Christie)
15 de setembro é o aniversário de 126 ano de
nascimento de Agatha Mary Clarissa Christie, mais conhecida como Agatha Christie,
the queen of crime, a minha escritora
predileta. Como não homenagear uma pessoa cujo o talento sobrevive à força do
tempo? Por isso vou falar hoje um pouco desta escritora incrível, que encanta
até mesmo aqueles que nasceram muito depois de seu adeus ao mundo.
Biografia
Agatha Mary Clarissa
Christie nasceu em 15 de setembro de 1890 com o nome de Agatha Mary Clarissa
Miller, na mansão Ashfield, em Torquay, cidade do condado de Devon, Inglaterra,
Reino Unido. Foi romancista, contista, dramaturga, poetisa e uma das mais
bem-sucedidas autoras de romances policiais, o que lhe rendeu os apelidos de Queen of crime (Rainha do crime) e Lady of
crime (Dama do crime).
Nascida em uma família de
classe média, Agatha era a caçula dos três filhos do americano Frederick Miller
e sua esposa Clara Bohemer. Quando menina seus pais queriam que se tornasse
cantora ou pianista, mas ainda na infância a garota mostrava um interesse maior
pela literatura, preferindo escrever contos e poemas.
Agatha em sua infância. Wikimedia Commons |
Ao contrário de seus dois
irmãos mais velhos, Madge e Monty, Agatha não frequentaria a Escola até os seus
14 anos. Por desejo de seus pais, a menina teve seus estudos ministrados em
casa, com tutores e professores particulares, e aprenderia a ler sozinha ainda
aos cinco anos de idade.
Em 1896, quando ainda
tinha seis anos, a família muda-se para a França onde viveram por entorno de um
ano, em hotéis das comunas de Pau, Argelés, Lourdes e Cauterets e também na
cidade de Paris, para, depois, retornarem a Inglaterra.
Aos 11 anos perde o pai e
passa a viajar em companhia da mãe por vários lugares do mundo, e, aos 16, vai
para uma escola de aperfeiçoamento, onde se destaca como pianista e cantora.
Já adulta, a jovem Agatha
conhece Archibald Christie em um baile oferecido por Lady Clifford, em 12 de
outubro de 1912. Com ele se casaria no ano de 1914 e teriam, em 1919, sua única
filha, Rosalind. Archie, como era chamado, foi coronel da Força Aérea Britânica
e esteve na Primeira Guerra Mundial. Também Agatha, agora Agatha Mary Clarissa Christie,
participaria do conflito como voluntária da Cruz Vermelha, na qual atuou como
farmacêutica. Acredita-se que foi nesse período que a autora adquiriu os
conhecimentos de porções e venenos que lhe seriam úteis na composição dos
enredos de seus romances policiais.
David Suchet interpreta Poirot na série Agatha Christie's Poirot. Wikimedia Commons |
Dois anos após o fim da
Primeira Guerra, em 1920, Agatha Christie publica seu primeiro romance, O Misterioso caso de Styles. Este seria
também o livro de estreia de seu personagem mais conhecido, o detetive belga
Hercule Poirot. Inspirado em vários políticos belgas que se refugiaram na
Inglaterra durante a Primeira Guerra, Poirot apareceria em outros 32 romances
da autora e em dezenas de seus contos. Muito sistemático e racional, Poirot, se
tornaria um dos mais importantes detetives da literatura mundial, comparável
apenas a Sherlock Holmes, de Arthur Conan Doyle.
Em sua autobiografia,
Agatha Christie conta que a primeira semente que levou-a escrever seus
primeiros livros policiais foi um desafio feito pela sua irmã quando discutiam
sobre o livro O Mistério do Quarto
Amarelo de Gaston Leroux. Segundo ela
o livro havia impressionado as duas pela qualidade de seu enredo e pela
capacidade do autor de manter o segredo até o final da narrativa. Na ocasião ao declarar a Madge o seu
desejo de um dia escrever uma história policial, a irmã haveria duvidado de que
fosse capaz devido à dificuldade imposta pelo gênero. Anos depois Agatha
escreveria O Misterioso caso de Styles.
Na manhã de 4 de dezembro
de 1926, um carro é encontrado batido contra uma árvore, porém, seus ocupantes
estavam desaparecidos. O carro é identificado como pertencente a Archibald
Christie e naquele mesmo dia a polícia inglesa descobre que Agatha havia saído
na noite anterior sem ter retornado. Naquele dia começaria a investigação do desaparecimento
da escritora que só seria encontrada dez dias depois hospedada em um hotel de
luxo em Harrogate.
Na capa do jornal Daily Mirror, de 7 de dezembro de 1926, o desaparecimento de Agatha Christie |
O caso ganha grande
repercussão sendo acompanhado pelos ingleses como se fosse mais uma das
histórias de mistério da escritora. Em poucos dias tamanha audiência leva a
conhecimento do público o caso extraconjugal de Archibald com Nancy Neele
direcionando a ele suspeitas acerca do desaparecimento da romancista.
Mesmo com a descoberta do
paradeiro de Agatha, o mistério das razões de seu desaparecimento continua um
mistério até os dias de hoje. Devido a confusão mental em que fora encontrada no
hotel, onde estivera hospedada usando o sobrenome da amante de Archibald, a
versão oficial apresentada pela família foi a de que Agatha Christie havia
perdido a memória depois do acidente de automóvel e, em confusão, teria pego um
trem até Harrogate e se hospedado no hotel com o nome de Teresa Neele,
afirmando ser da África do Sul. Porém, devido à natureza do caso, especula-se
outras teorias negativas em relação a autora: estaria ela arquitetando uma
vingança pela traição do marido? ou teria armado seu próprio desaparecimento
para se auto promover?
Em 1928, a escritora se
divorcia do Coronel Archibald, contudo Agatha mantém o seu nome de casada e
passa a se dedicar mais intensamente a escrita de seus livros.
O ano de 1930, assim como
toda aquela década, seria de grandes mudanças para Agatha e do auge de sua
carreira. Naquele ano a inglesa publica O
Assassinato na Casa do Pastor, primeiro livro com outro grande personagem
das suas histórias, Miss Marple, uma velhinha simpática, muito conhecedora da
natureza humana e moradora da pequena e fictícia aldeia de St. Mary Mead. Miss
Marple, assim como Poirot se envolve na descoberta de complexos casos policiais
e é considerada o alter ego de sua criadora, protagonizando 12 de seus romances.
No mesmo ano, Agatha casa-se com Max Mallowan arqueólogo britânico que
conhecera durante uma viagem à Mesopotâmia. Com ele a autora faz uma série de
expedições arqueológicas pelo oriente médio de onde nasce a inspiração para
vários de seus romances, a exemplo de Morte
no Nilo (1937).
Agatha Christie com a filha Rosalind (1930) |
No ano de 1952, Agatha
estreia em Londres sua peça A Ratoeira,
conhecida como a peça que mais tempo ficou em cartaz na história do teatro. Em
1971 é condecorada pela Rainha Elizabeth II com o título de “Dame” do Império
Britânico.
Agatha Christie viveria
ainda até 12 de Janeiro de 1976, quando, aos 85 anos, morreria na cidade de
Wallingford (Oxfordshire-UK) em decorrência de uma pneumonia.
Deixou como legado uma
obra composta por 79 romances e livros de contos, 12 peças e 6 romances
românticos escritos sob o pseudônimo de Mary Westmacott. Uma escritora inesquecível, uma romancista inigualável, cuja obra já
figuram os clássicos da literatura mundial. Particularmente, nasci no ano de
seu centenário e hoje, com um misto de prazer e tristeza (por não a ter mais
entre nós), evoco sua memória. Thank you very much, Mrs. Christie.
Livros de Agatha Christie no blog
Referências
CHRISTIE, Agatha. Autobiografia. São Paulo: Círculo do
Livro, 1985.
http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/misterio-agatha-christie-escritora-desapareceu-10-dias-435804.shtml
https://pt.wikipedia.org/wiki/Hercule_Poirot
http://www.agathachristie.com/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Agatha_Christie
http://www.lpm.com.br/site/default.asp?TroncoID=805134&SecaoID=948848&SubsecaoID=0&Template=../livros/layout_autor.asp&AutorID=608190
http://educacao.uol.com.br/biografias/agatha-christie.htm
http://www.cin.ufpe.br/~pmgj/agatha/biografia.html
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