domingo, 2 de agosto de 2020

A Revolução dos Bichos – George Orwell – Resenha

Por Eric Silva

A linguagem política, destina-se a fazer com que a mentira soe como verdade e o crime se torne respeitável, bem como a imprimir ao vento uma aparência de solidez”

(George Orwell)

Nota: todos os termos com números entre colchetes [1] possuem uma nota de rodapé sempre no final da postagem, logo após as mídias, prévias, banners ou postagens relacionadas.

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Um livro que marcou uma época superpolarizada e controversa, A Revolução dos Bichos é um livro extremamente politizado e leitura importante para se entender toda uma época de opressão: o totalitarismo soviético comandado por Stalin na União Soviética. Com uma linguagem simples e direta, Orwell, que foi imortalizado pelos seus ensaios políticos e por suas obras mais populares e importantes, 1984 e A Revolução dos Bichos, descreve nesse livro, sobre uma ótica clara, lúcida e objetiva, o retrato satírico da opressão, hasteando uma bandeira contra toda e qualquer forma de totalitarismo político, ainda que suas ideias tenham sido desviadas e, no final, utilizadas para outros fins políticos.

Uma fábula política: sinopse do enredo

Publicado no ano de 1945, o livro do inglês George Orwell, A Revolução dos Bichos, conta a história da revolução empreendida pelos animais da Granja do Solar, uma propriedade no interior da Inglaterra, cujo dono, o Sr. Jones, por ser indolente e alcoólatra, deixa aos cuidados de empregados preguiçosos que frequentemente deixam os animais com fome.

A vida na granja não é fácil para os animais que além de trabalharem e terem os frutos de seus esforços usurpados pelos humanos, ainda sofriam maus-tratos e viviam em condições de miséria. Certa noite, porém, o discurso de um velho porco de premiação, Major, incute nos animais da granja a semente de uma rebelião contra os humanos e a instauração de um sistema social no qual os animais trabalhassem para si e fossem considerados como iguais.

Major, pouco antes de morrer, reúne todos os animais para falar-lhes sobre um sonho que tivera na noite anterior. Segundo ele no sonho ele vira um mundo onde os animais viveriam em liberdade, livres da tirania humana e sem que fossem explorados, mortos ou usurpados pelos homens. O velho porco fala aos animais sobre as coisas que aprendera ao longo de sua vida e da exploração a que sempre se encontraram submetidos e ensina-os um velho hino que fala daquele mundo utópico regido pelos animais: o hino “Bichos da Inglaterra”.

Major morre três noites depois, mas deixa plantada a semente da revolução. Os porcos, por serem os mais inteligentes entre os animais da granja e por terem, secretamente, aprendido a ler e escrever, passam a liderar o movimento revolucionário tendo como lideres os porcos Bola-de-Neve e Napoleão. Sobretudo Bola-de-Neve, baseado nas ideias do Major na noite em que revelara seu sonho, institui os preceitos do Animalismo, o sistema social no qual os animais eram tidos como iguais e os humanos considerados seus principais antagonistas.

A rebelião, porém, não tarda a explodir e os animais expulsam Jones e todos os outros humanos assumindo o controle da granja. Vitoriosos, após destruírem todos os objetos da opressão imposta pelo homem (freios, argolas de nariz, correntes de cachorro, facas para castrações, rédeas e cabrestos), os animais mudam o nome da granja para Granja dos Bichos e decidem os sete mandamentos do novo sistema, o Animalismo, que deveria ser conduzido pelos animais da granja sobre orientação dos porcos e que deveria instituir uma sociedade animal livre, igualitária e opulenta.

Alguns dias depois, Sr. Jones ainda tenta retomar a posse de sua propriedade, mas é novamente afugentado pelos animais após uma batalha onde uma ovelha falece e um humano é quase morto. Livres do antigo proprietário e a despeito de todo o descrédito e calúnias contadas pelos outros granjeiros que temiam rebeliões semelhantes em suas propriedades, os animais se dedicam a fazer dar certo o Animalismo e a propagar para outras fazendas as notícias sobre a revolução através de pombos mensageiros que voavam por toda parte divulgando as ideias do sistema que nascia ali.

Muito inventivo e inteligente, Bola-de-Neve com a ajuda dos outros porcos planeja e institui todo o sistema produtivo da granja, coordenando os trabalhos de forma planejada, criando comitês de animais e aumentando a produção de alimento para todos. Ele chega a idealizar a construção de um moinho de vento que permitiria a geração de energia na granja, diminuindo o trabalho dos animais e aumentando o conforto de todos. Por outro lado, seu parceiro, Napoleão, a todo momento desacredita as ideias de Bola-de-Neve e na primeira oportunidade acusa-o de traição e utiliza-se de cães secretamente treinados por ele para acossarem Bola-de-Neve e expulsá-lo da granja, tomando para si o poder.

Utilizando-se do medo e de acusações enganosas que colocam todos contra o “traidor” Bola-de-Neve, Napoleão se consolida no poder e instaura um regime opressor e totalitário se autoproclamando o Líder e criando uma elite intelectual formada pelos porcos, que passam a ter privilégios sobre os demais animais da granja.

Resenha

Roman à clef: Orwell, a Revolução Russa e a Animal Farm

Polêmico e denunciativo, A Revolução dos Bichos é uma fábula que satiriza não só a Revolução Russa, mas, principalmente o sistema totalitarista imposto pelo ditador socialista, Josef Stalin, na União das Repúblicas Socialistas Soviética (URSS), após a morte do primeiro líder revolucionário do país, Vladimir Ilyich Ulyanov, mais conhecido como Lenin.

Mesmo afirmando-se socialista, George Orwell repudiava o domínio absoluto e o regime de terror, exploração e perseguição política instituído por Stalin na União Soviética. Orwell havia lutado ao lado dos socialistas na Guerra Civil Espanhola, em 1936 e lá teve a oportunidade de presenciar as atrocidades cometidas a mando do regime soviético contra seus inimigos políticos e opositores dentro do partido comunista espanhol.

Um profundo conhecedor da política e dono de uma clareza de visão única, Orwell, que não aceitava que disfarçassem a verdade, ao retornar ao Reino Unido começa a compreender o que ocorria no longínquo e fechado país socialista e, em 1943, escreve um roman à clef [1]que satirizaria e denunciaria no que a revolução socialista russa estava se transformando, assim como antevê alguns dos caminhos que o regime totalitarista de Stalin adotaria contra seu próprio povo. A Revolução dos Bichos é este romance que, por ocasião da Segunda Guerra Mundial, quando a URSS era aliada da Inglaterra e da França contra os países do Eixo (Alemanha, Itália e Japão), foi considerado inconveniente e só pôde ser publicado em 1945, com o término do conflito. Um livro explosivo que claramente usava animais para contar a história da Revolução Russa e que usava um porco para retratar o líder soviético era visto com maus olhos por ofender e denunciar claramente as atrocidades do regime stalinista. Por isso o livro foi por muitos anos censurado em muitos países e proibido nas nações que adotavam o socialismo.

A fábula contada em A Revolução dos Bichos faz diversas e profundas referências a Revolução de 1917, ano da derrubada do poder imperial na Rússia. A Granja do Sol representaria o antigo Império Russo que após a revolução bolchevique mudaria de nome (assim como a granja), passando a ser chamada de União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.

Sr. Jones e os outros humanos da granja simbolizariam, ao mesmo tempo, os capitalistas, a monarquia e a burguesia russa que explorava o proletariado do país (os bichos) e viviam em conforto com os frutos do trabalho usurpado destes últimos. No que lhe concerne, os animais seriam os trabalhadores que viviam na miséria e sustentavam a sociedade capitalista/monárquica/burguesa com os produtos do seu esforço e sacrifício.

O porco Major, para alguns pensadores representaria Karl Marx, teórico e economista alemão que denunciou o esquema de funcionamento da máquina de exploração do sistema capitalista e idealizou um sistema social comandado pelos trabalhadores (proletários) através de uma ditadura no qual estes formariam a classe dominante e almejariam uma sociedade igualitária e opulenta. Para outros teóricos Major seria a “personificação” de Lenin, líder máximo dos Bolcheviques, grupo partidário que deflagrou a Revolução Russa, e primeiro governante da URSS. Assim como Lenin, Major morre e seu corpo (embalsamado) é colocado em exposição para servir de símbolo da revolução.

“A caveira do velho Major, já sem carnes, fora desenterrada e colocada sobre um toco ao pé do mastro, junto à espingarda. Após o hasteamento da bandeira, os animais deviam desfilar reverentemente perante a caveira, antes de entrar no celeiro”

Por sua vez, Bola-de-Neve representaria Leon Trotsky, segundo no comando da revolução e rival de Stalin (o porco Napoleão) na disputa pela hegemonia do Partido Comunista da União Soviética após a morte de Lenin[2]. Assim como Trotsky, Bola-de-Neve é expulso e exilado nunca retornando vivo a URSS.

Os cães representariam as diversas forças armadas, repressoras e de serviços de inteligência e contrainteligência existentes no país como o Exército Vermelho[3], o Comissariado do Povo para Assuntos Internos (NKVD)[4] e as polícias secretas da União Soviética[5]. Os cães seriam responsáveis não só pela proteção do Líder (Stalin/Napoleão) e defesa da granja (nação), como também pela perseguição e execução dos traidores e inimigos políticos do Líder, e por manter o controle social.

Por seu turno, as organizações de censura soviéticas[6] e propaganda[7] foram representadas por Garganta, o porco porta-voz de Napoleão que tinha como responsabilidades: enaltecer a figura do líder estimulando o culto à personalidade de Napoleão; transmitir aos demais animais as decisões do líder; manipular e incutir informações falsas na mente dos “trabalhadores”, e, principalmente, transfigurar os princípios do animalismo, aproveitando-se da memória naturalmente curta dos animais e da ignorância de muitos que não aprenderam a ler ou que eram simplesmente simplórios demais para compreender ideias complexas.

Nesse ponto, algo que se pode destacar é a questão da memória. Os animais tinham dificuldade de se lembrar o que havia acontecido nos primeiros dias de revolução e antes da Revolução, sobretudo, porque a maioria deles eram estúpidos. Essa condição natural dos animais foi amplamente utilizada por Napoleão, através da retórica de Garganta, como uma maneira de estratégica de mantê-los obedientes e modificar os princípios do Animalismo ao seu bel-prazer sem que estes conseguisse protestar de fato, uma vez que não tinham certeza do que recordava ou se o que lembrava realmente é correto. Benjamim, o burro, era o único que de fato se recordava das coisas, porém costumava não se manifestar.

Ao longo da sátira, outros aspectos do socialismo soviético são representados e denunciados na narrativa:

1.      O uso do termo camaradas que se inspira na mesma linguagem empregada pelos revolucionários russos e marxistas.

2.      Todos os animais são iguais”: princípio da igualdade social entre os homens que afirma que todos os homens são iguais e por isso a sociedade de classes deve ser abolida.

3.      O Animalismo seria o comunismo ou socialismo dos animais.

4.      A doutrinação ideológica empreendida sobretudo com as ovelhas que repetem exaustivamente máximas do “partido” (animalismo) e com os cães que agem cegamente segundo as ordens e desejos do Líder.

5.      A propagação de ideias contrárias aos países estrangeiros (as granjas comandadas por humanos) apresentadas como plutocracias[8] que desejavam o fim da URSS/Granja dos Bichos.

6.      A perseguição política com execução sumária dos “traidores” da revolução como forma de controle social através da coerção e de eliminar a oposição interna.

7.      O gosto pelos desfiles militares que visavam intimidar é ostentar o poderio do país e ao mesmo tempo ovacionar sua grandeza e do Líder.

8.      O uso da propaganda e da coerção para que a população mantenha a obediência aos princípios valores difundidos e à figura do líder.

9.      A formação de uma elite intelectual e tecnocrata por trás da administração pública (os porcos), mas que no final formam uma classe social dirigente composta por burocratas privilegiados e detentores do poder, grupo que na URSS foi chamada de nomenklatura (“burocracia” ou “casta dirigente”)[9].

10.  O Hino “Bichos da Inglaterra” faz apologia ao Hino da Internacional Socialista.

Em todos os seus aspectos a fábula criada por Orwell denuncia e desmistifica “o mito soviético”[10] que divulgava para as demais nações do mundo um sistema perfeito, de justiça e igualdade social, riqueza e progresso liderado e feito pelo e para os trabalhadores, e que mascarava a realidade de um sistema injusto, perseguidor, ditatorial e totalitário sobre a chefia de Josef Stalin.

O objetivo claro de Orwell era criticar o modelo de socialismo adotado pelos soviéticos, mostrar ao mundo que haviam outras formas de socialismo e que aquilo que vinha sendo imposto por Stalin era, na verdade, uma forma totalitária de governar muito distinta do que o socialismo verdadeiramente propõe para a sociedade.

Contudo, após sua morte, no ano de 1950, a propaganda antissocialista adotada pelos EUA durante o contexto da Guerra Fria, período de polarização do mundo entre socialistas e capitalistas, utilizou-se desta obra e também de outra, o livro 1984, para pregar contra os regimes socialistas, sem fazer nenhum tipo de distinção das diferentes matizes que o pensamento socialista possui, e desconsiderando a posição política de Orwell. A CIA, serviço secreto americano, chegou a financiar a distribuição dos dois livros de Orwell em diversos países, bem como a produção de um desenho animado em 1954, adaptando a obra segundo a visão propagandista da Guerra Fria.

Tanto destaque se deu a crítica política presente no livro e sua correlação com a revolução e o sistema socialista russo, que o livro, cujo título original é Animal Farm – algo que poderia ser traduzido como Fazenda de animais, Fazenda dos animais ou A Fazenda dos animais –, teve seu nome modificado em alguns países para enfatizar seu conteúdo político e facilmente associá-lo ao regime soviético. Foi o caso do Brasil (A Revolução dos Bichos) e da Espanha (Rebelión en la granja).

Crítica literária: escrita, linguagem e narração

A Revolução dos Bichos é um romance de muitos personagens. Como afirmamos esta obra é um roman à clef, ou seja, uma narrativa na qual Orwell trata de pessoas reais por meio de personagens fictícios, no caso os bichos da fazenda. A maioria dos bichos, no entanto, representam o povo soviético que era na época essencialmente multicultural, multiétnicos e multinacional. A variedade dos animais retratados pelo romance representam essa multiplicidade do povo da URSS, como também a multiplicidade de posições: os que acreditavam piamente no sistema e davam o melhor de si para construir a grande nação socialista mesmo não compreendendo completamente o cenário político-social (caso do cavalo Sansão), aqueles que olhavam com desconfiança para o sistema mas não possuíam o conhecimento necessário para contestá-lo (a égua Maricota), os partidários que absorviam as versões simplificadas e cheias de erros e incoerências do ideal socialista e repetiam as máximas do sistema e viviam através delas sem compreendê-las por completo (as ovelhas), os intelectuais que compreendiam toda a barbárie que estava sendo feito, mas que se calavam por medo (o burro Benjamim), a elite intelectual dirigente (os porcos) e a massa camponesa que vivia para produzir (os demais animais).

Diante da multiplicidade de papéis desempenhado pelos animais, o personagem principal da trama acaba por ser a própria revolução que se transmuta e muda de forma com o tempo.

O livro foi escrito para ser fácil de ser lido e compreendido com uma linguagem simples, enxuta e acessível numa narração linear e com capítulos pequenos. Orwell evitou metáfora bem como outros recursos estilísticos e escreveu A Revolução dos Bichos com uma forma simples e fluída o que é essencial para que o maior número de pessoas pudesse compreender a mensagem objetiva do livro. A escrita é descritiva só no essencial e de forma precisa, por isso o livro não é cansativo e, simultaneamente, cumpre a função de transmitir uma visão da URSS da época.

Cheguei à conclusão, ao longo de minha leitura, que facilitar a linguagem era uma estratégia do autor para facilitar também o entendimento da denúncia: o que vinha sendo feito na URSS por Stalin não era socialismo, assim como o que Napoleão fez não era animalismo.

O narrador procura não intervir na narrativa, mas tece comentários breves. Porém apesar de breves alguns destes comentários são mordazes:

Depois que o casco ficou bom, Sansão trabalhou mais violentamente do que nunca. Aliás, naquele ano todos os bichos trabalharam feito escravos. Além da faina normal na fazenda e da reconstrução do moinho de vento, ainda houve a escola dos porquinhos, iniciada em março”.

Gostei do livro como um todo e a única coisa que me faz pensar como um ponto fraco da obra, politicamente falando, é seu desfecho desesperançoso. O tom da obra é quase todo esse, mas está obvio que sua mensagem não é de desesperança, e acho que Orwell não soube deixar isso evidente. A ideia é original e criativa, mas deixou espaço para ser utilizada para fins diversos e, até mesmo, contrários.

A título de conclusão: um final inconcluso

A União Soviética só teve seu fim em 25 de dezembro de 1991, e como era de se esperar, A Revolução dos Bichos possui um desfecho em aberto, mas com o prenúncio de um futuro obscuro e a abertura para uma nova revolução. Apesar disso, este é um livro que não faz apenas uma sátira aos regimes totalitaristas, é também uma obra que fala de justiça social e liberdade. Espelha a realidade de uma época no qual emergiu uma luta dos oprimidos contra uma sociedade injusta e excludente, que o exploravam massivamente e a tentativa de construir um reino de liberdade e opulência. Fala de como esse projeto ia mal e de como a forma de opressão só havia mudado de nome, pois o regime instaurado se afastara completamente dos princípios iniciais que garantiriam a liberdade e a fartura desejada.

Contudo, é uma obra que também traz uma mensagem para nossa época que se encontra tomada pelo desalento, o desamparo e a desesperança. A Revolução do Bichos não possui um final feliz, nem uma moral da história como as fábulas clássicas, mas como fábula moderna ela deixa implícito um ensinamento: a liberdade e a igualdade só é possível com o trabalho de todos, mas exige um olhar atento e politizado contra os governantes, bem como o combate contra o oportunismo, os abusos e a ganância. O conhecimento e a liberdade de expressão e debate são os princípios fundamentais para se conquistar a liberdade e reconstruir a sociedade, porque, “se a liberdade significa alguma coisa, será sobretudo o direito de dizer às outras pessoas o que elas não querem ouvir” (George Orwell).

A edição lida é da Editora Companhia das Letras, do ano de 2007 e possui 152 páginas.

Sobre o autor

Eric Arthur Blair nasceu Motihari, na Índia, em 1903. Sob o pseudônimo de George Orwell foi um romancista, ensaísta e crítico, conhecido por seus livros “A Revolução dos Bichos” e “1984”.

Nascido numa família aristocrática inglesa decadente, Orwell viveu seus primeiros anos na Índia onde seu pai, um funcionário público britânico, trabalhava. No ano seguinte a seu nascimento, mudou-se com sua mãe e irmã para a Inglaterra onde estudou em colégio interno e viveu sua infância e parte da vida adulta.

Estudou por um tempo na Wellington College e na Eton College, mas se viu obrigado a abandonar a última por questões financeiras e, por isso, acabou se alistando na Indian Imperial Police Force, em 1922. Viveu cinco anos na Birmânia, mas renunciou ao seu cargo e voltou para a Inglaterra para se dedicar à literatura.

Passou uma fase muito difícil e empobrecida na Inglaterra e na França enquanto tentava deslanchar na carreira de escritor. Gradativamente ganha interesse pela política, área na qual demonstrou uma considerável clareza de pensamento.

Casou-se com Eileen O’ Shaughnessy em junho de 1936 e no mesmo ano, ambos viajaram para a Espanha, onde, aliados a um dos grupos milicianos, lutaram contra o general Francisco Franco, na Guerra Civil Espanhola.

Orwell foi gravemente ferido durante o enfrentamento, levando um tiro na garganta e ficou sem poder falar por várias semanas. Orwell e Eileen após serem acusados de traição na Espanha foram obrigados a retornarem à Inglaterra.

Nos anos seguintes atuaria no jornalismo e sua literatura ficaria conhecida pelo teor político, pela escrita marcada por descrições concisas de eventos e condições sociais, e pelo desprezo por todos os tipos de autoridade.

Orwell faleceu em 21 de janeiro de 1950, em Londres.

Preview do Google Books

Abaixo você pode conferir uma prévia do livro disponível no Google Books.



[1] Roman à clef, ou roman a cle, designa a forma narrativa na qual o autor trata de pessoas reais por meio de personagens fictícios. Em alguns casos, o autor recorre a anagramas ou pseudônimos para referir-se a sujeitos reais; noutros, vale-se de uma tabela que permite converter números ou iniciais em nomes (verdadeiros) correspondentes. (Wikipédia)

[2] https://pt.wikipedia.org/wiki/Leon_Tr%C3%B3tski

[3] https://pt.wikipedia.org/wiki/Ex%C3%A9rcito_Vermelho

[4] https://pt.wikipedia.org/wiki/NKVD

[5] https://pt.wikipedia.org/wiki/Pol%C3%ADcia_secreta_da_Uni%C3%A3o_Sovi%C3%A9tica

[6] https://en.wikipedia.org/wiki/Censorship_in_the_Soviet_Union

[7] https://pt.wikipedia.org/wiki/Propaganda_na_Uni%C3%A3o_Sovi%C3%A9tica

[8] https://pt.wikipedia.org/wiki/Propaganda_na_Uni%C3%A3o_Sovi%C3%A9tica#Plutocracias

[9] https://pt.wikipedia.org/wiki/Nomenklatura

[10] DOS SANTOS, Fernanda Cristina N.; MATOS, Luciene; DE OLIVEIRA, Lucilene. Uma Discussão sobre os Elementos Utópicos e Distópicos em A Revolução dos Bichos.


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