Por Eric Silva
“A
linguagem política, destina-se a fazer com que a mentira soe como verdade e o
crime se torne respeitável, bem como a imprimir ao vento uma aparência de
solidez”
(George Orwell)
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Uma
fábula política: sinopse do enredo
Publicado no ano de 1945, o
livro do inglês George Orwell, A
Revolução dos Bichos, conta a história da revolução empreendida pelos
animais da Granja do Solar, uma propriedade no interior da Inglaterra, cujo
dono, o Sr. Jones, por ser indolente e alcoólatra, deixa aos cuidados de
empregados preguiçosos que frequentemente deixam os animais com fome.
A vida na granja não é fácil
para os animais que além de trabalharem e terem os frutos de seus esforços
usurpados pelos humanos, ainda sofriam maus-tratos e viviam em condições de
miséria. Certa noite, porém, o discurso de um velho porco de premiação, Major,
incute nos animais da granja a semente de uma rebelião contra os humanos e a
instauração de um sistema social no qual os animais trabalhassem para si e fossem
considerados como iguais.
Major, pouco antes de morrer,
reúne todos os animais para falar-lhes sobre um sonho que tivera na noite
anterior. Segundo ele no sonho ele vira um mundo onde os animais viveriam em
liberdade, livres da tirania humana e sem que fossem explorados, mortos ou
usurpados pelos homens. O velho porco fala aos animais sobre as coisas que
aprendera ao longo de sua vida e da exploração a que sempre se encontraram
submetidos e ensina-os um velho hino que fala daquele mundo utópico regido pelos
animais: o hino “Bichos da Inglaterra”.
Major morre três noites
depois, mas deixa plantada a semente da revolução. Os porcos, por serem os mais
inteligentes entre os animais da granja e por terem, secretamente, aprendido a
ler e escrever, passam a liderar o movimento revolucionário tendo como lideres
os porcos Bola-de-Neve e Napoleão. Sobretudo Bola-de-Neve, baseado nas ideias
do Major na noite em que revelara seu sonho, institui os preceitos do Animalismo, o sistema social no qual os
animais eram tidos como iguais e os humanos considerados seus principais
antagonistas.
A rebelião, porém, não tarda
a explodir e os animais expulsam Jones e todos os outros humanos assumindo o
controle da granja. Vitoriosos, após destruírem todos os objetos da opressão
imposta pelo homem (freios, argolas de nariz, correntes de cachorro, facas para
castrações, rédeas e cabrestos), os animais mudam o nome da granja para Granja dos Bichos e decidem os sete
mandamentos do novo sistema, o Animalismo, que deveria ser conduzido pelos
animais da granja sobre orientação dos porcos e que deveria instituir uma
sociedade animal livre, igualitária e opulenta.
Alguns dias depois, Sr. Jones
ainda tenta retomar a posse de sua propriedade, mas é novamente afugentado
pelos animais após uma batalha onde uma ovelha falece e um humano é quase
morto. Livres do antigo proprietário e a despeito de todo o descrédito e
calúnias contadas pelos outros granjeiros que temiam rebeliões semelhantes em
suas propriedades, os animais se dedicam a fazer dar certo o Animalismo e a
propagar para outras fazendas as notícias sobre a revolução através de pombos
mensageiros que voavam por toda parte divulgando as ideias do sistema que
nascia ali.
Muito inventivo e
inteligente, Bola-de-Neve com a ajuda dos outros porcos planeja e institui todo
o sistema produtivo da granja, coordenando os trabalhos de forma planejada,
criando comitês de animais e aumentando a produção de alimento para todos. Ele
chega a idealizar a construção de um moinho de vento que permitiria a geração
de energia na granja, diminuindo o trabalho dos animais e aumentando o conforto
de todos. Por outro lado, seu parceiro, Napoleão, a todo momento desacredita as
ideias de Bola-de-Neve e na primeira oportunidade acusa-o de traição e
utiliza-se de cães secretamente treinados por ele para acossarem Bola-de-Neve e
expulsá-lo da granja, tomando para si o poder.
Utilizando-se do medo e de
acusações enganosas que colocam todos contra o “traidor” Bola-de-Neve, Napoleão
se consolida no poder e instaura um regime opressor e totalitário se
autoproclamando o Líder e criando uma elite intelectual formada pelos porcos,
que passam a ter privilégios sobre os demais animais da granja.
Resenha
Roman à clef: Orwell,
a Revolução Russa e a Animal Farm
Polêmico e denunciativo, A
Revolução dos Bichos é uma fábula que satiriza não só a Revolução Russa,
mas, principalmente o sistema totalitarista imposto pelo ditador socialista,
Josef Stalin, na União das Repúblicas Socialistas Soviética (URSS), após a morte
do primeiro líder revolucionário do país, Vladimir Ilyich Ulyanov, mais
conhecido como Lenin.
Mesmo afirmando-se socialista, George Orwell repudiava o domínio
absoluto e o regime de terror, exploração e perseguição política instituído por
Stalin na União Soviética. Orwell havia lutado ao lado dos socialistas na Guerra
Civil Espanhola, em 1936 e lá teve a oportunidade de
presenciar as atrocidades cometidas a mando do regime soviético contra seus
inimigos políticos e opositores dentro do partido comunista espanhol.
Um profundo conhecedor da política e dono de uma clareza de
visão única, Orwell, que não aceitava que disfarçassem a verdade, ao retornar
ao Reino Unido começa a compreender o que ocorria no longínquo e fechado país
socialista e, em 1943, escreve um roman à
clef [1]que satirizaria e
denunciaria no que a revolução socialista russa estava se transformando, assim
como antevê alguns dos caminhos que o regime totalitarista de Stalin adotaria
contra seu próprio povo. A Revolução dos
Bichos é este romance que, por ocasião da Segunda Guerra Mundial, quando a
URSS era aliada da Inglaterra e da França contra os países do Eixo (Alemanha,
Itália e Japão), foi considerado inconveniente e só pôde ser publicado em 1945,
com o término do conflito. Um livro explosivo que claramente usava animais para
contar a história da Revolução Russa e que usava um porco para retratar o líder
soviético era visto com maus olhos por ofender e denunciar claramente as
atrocidades do regime stalinista. Por isso o livro foi por muitos anos
censurado em muitos países e proibido nas nações que adotavam o socialismo.
A fábula contada em A
Revolução dos Bichos faz diversas e profundas referências a Revolução de
1917, ano da derrubada do poder imperial na Rússia. A Granja do Sol
representaria o antigo Império Russo que após a revolução bolchevique mudaria
de nome (assim como a granja), passando a ser chamada de União das Repúblicas
Socialistas Soviéticas.
Sr. Jones e os outros humanos da granja simbolizariam, ao mesmo
tempo, os capitalistas, a monarquia e a burguesia russa que explorava o
proletariado do país (os bichos) e viviam em conforto com os frutos do trabalho
usurpado destes últimos. No que lhe concerne, os animais seriam os
trabalhadores que viviam na miséria e sustentavam a sociedade
capitalista/monárquica/burguesa com os produtos do seu esforço e sacrifício.
O porco Major, para alguns pensadores representaria Karl Marx,
teórico e economista alemão que denunciou o esquema de funcionamento da máquina
de exploração do sistema capitalista e idealizou um sistema social comandado
pelos trabalhadores (proletários) através de uma ditadura no qual estes
formariam a classe dominante e almejariam uma sociedade igualitária e opulenta.
Para outros teóricos Major seria a “personificação” de Lenin, líder máximo dos
Bolcheviques, grupo partidário que deflagrou a Revolução Russa, e primeiro
governante da URSS. Assim como Lenin, Major morre e seu corpo (embalsamado) é
colocado em exposição para servir de símbolo da revolução.
“A caveira do
velho Major, já sem carnes, fora desenterrada e colocada sobre um toco ao pé do
mastro, junto à espingarda. Após o hasteamento da bandeira, os animais deviam
desfilar reverentemente perante a caveira, antes de entrar no celeiro”
Por sua vez, Bola-de-Neve representaria Leon Trotsky, segundo no
comando da revolução e rival de Stalin (o porco Napoleão) na disputa pela
hegemonia do Partido Comunista da União Soviética após a morte de Lenin[2].
Assim como Trotsky, Bola-de-Neve é expulso e exilado nunca retornando vivo a
URSS.
Os cães representariam as diversas forças armadas, repressoras e
de serviços de inteligência e contrainteligência existentes no país como o
Exército Vermelho[3], o Comissariado do Povo
para Assuntos Internos (NKVD)[4] e as polícias secretas da
União Soviética[5]. Os cães seriam
responsáveis não só pela proteção do Líder (Stalin/Napoleão) e defesa da granja
(nação), como também pela perseguição e execução dos traidores e inimigos
políticos do Líder, e por manter o controle social.
Por seu turno, as organizações de censura soviéticas[6]
e propaganda[7] foram representadas por
Garganta, o porco porta-voz de Napoleão que tinha como responsabilidades:
enaltecer a figura do líder estimulando o culto à personalidade de Napoleão;
transmitir aos demais animais as decisões do líder; manipular e incutir
informações falsas na mente dos “trabalhadores”, e, principalmente,
transfigurar os princípios do animalismo, aproveitando-se da memória
naturalmente curta dos animais e da ignorância de muitos que não aprenderam a
ler ou que eram simplesmente simplórios demais para compreender ideias
complexas.
Nesse ponto, algo que se pode
destacar é a questão da memória. Os animais tinham dificuldade de se lembrar o
que havia acontecido nos primeiros dias de revolução e antes da Revolução,
sobretudo, porque a maioria deles eram estúpidos. Essa condição natural dos
animais foi amplamente utilizada por Napoleão, através da retórica de Garganta,
como uma maneira de estratégica de mantê-los obedientes e modificar os
princípios do Animalismo ao seu bel-prazer sem que estes conseguisse protestar
de fato, uma vez que não tinham certeza do que recordava ou se o que lembrava
realmente é correto. Benjamim, o burro, era o único que de fato se recordava
das coisas, porém costumava não se manifestar.
Ao longo da sátira, outros aspectos do socialismo soviético são
representados e denunciados na narrativa:
1. O uso do termo
camaradas que se inspira na mesma linguagem empregada pelos revolucionários
russos e marxistas.
2. “Todos os animais são iguais”: princípio
da igualdade social entre os homens que afirma que todos os homens são iguais e
por isso a sociedade de classes deve ser abolida.
3. O Animalismo seria o comunismo ou socialismo dos animais.
4. A doutrinação
ideológica empreendida sobretudo com as ovelhas que repetem exaustivamente
máximas do “partido” (animalismo) e com os cães que agem cegamente segundo as
ordens e desejos do Líder.
5. A propagação
de ideias contrárias aos países estrangeiros (as granjas comandadas por
humanos) apresentadas como plutocracias[8]
que desejavam o fim da URSS/Granja dos Bichos.
6. A perseguição
política com execução sumária dos “traidores” da revolução como forma de
controle social através da coerção e de eliminar a oposição interna.
7. O gosto pelos
desfiles militares que visavam intimidar é ostentar o poderio do país e ao
mesmo tempo ovacionar sua grandeza e do Líder.
8.
O uso da propaganda e da coerção para que a
população mantenha a obediência aos princípios valores difundidos e à figura do
líder.
9.
A formação de uma elite
intelectual e tecnocrata por trás da administração pública (os porcos), mas que
no final formam uma classe social dirigente composta por burocratas
privilegiados e detentores do poder, grupo que na URSS foi chamada de nomenklatura (“burocracia” ou “casta
dirigente”)[9].
10. O Hino “Bichos
da Inglaterra” faz apologia ao Hino da Internacional Socialista.
Em todos os seus aspectos a fábula criada por Orwell denuncia e
desmistifica “o mito soviético”[10]
que divulgava para as demais nações do mundo um sistema perfeito, de justiça e
igualdade social, riqueza e progresso liderado e feito pelo e para os
trabalhadores, e que mascarava a realidade de um sistema injusto, perseguidor,
ditatorial e totalitário sobre a chefia de Josef Stalin.
O objetivo claro de Orwell era criticar o modelo de socialismo
adotado pelos soviéticos, mostrar ao mundo que haviam outras formas de socialismo
e que aquilo que vinha sendo imposto por Stalin era, na verdade, uma forma
totalitária de governar muito distinta do que o socialismo verdadeiramente
propõe para a sociedade.
Contudo, após sua morte, no ano de 1950, a propaganda
antissocialista adotada pelos EUA durante o contexto da Guerra Fria, período de
polarização do mundo entre socialistas e capitalistas, utilizou-se desta obra e
também de outra, o livro 1984, para
pregar contra os regimes socialistas, sem fazer nenhum tipo de distinção das
diferentes matizes que o pensamento socialista possui, e desconsiderando a
posição política de Orwell. A CIA, serviço secreto americano, chegou a
financiar a distribuição dos dois livros de Orwell em diversos países, bem como
a produção de um desenho animado em 1954, adaptando a obra segundo a visão
propagandista da Guerra Fria.
Tanto destaque se deu a crítica política presente no livro e sua
correlação com a revolução e o sistema socialista russo, que o livro, cujo
título original é Animal Farm – algo
que poderia ser traduzido como Fazenda de
animais, Fazenda dos animais ou A Fazenda dos animais –, teve seu nome
modificado em alguns países para enfatizar seu conteúdo político e facilmente
associá-lo ao regime soviético. Foi o caso do Brasil (A Revolução dos Bichos) e da Espanha (Rebelión en la granja).
Crítica literária:
escrita, linguagem e narração
A Revolução dos Bichos
é um romance de muitos personagens. Como afirmamos esta obra é um roman à clef, ou seja, uma narrativa na qual Orwell trata de
pessoas reais por meio de personagens fictícios, no caso os bichos da fazenda.
A maioria dos bichos, no entanto, representam o povo soviético que era na época
essencialmente multicultural, multiétnicos e multinacional. A variedade dos
animais retratados pelo romance representam essa multiplicidade do povo da
URSS, como também a multiplicidade de posições: os que acreditavam piamente no
sistema e davam o melhor de si para construir a grande nação socialista mesmo
não compreendendo completamente o cenário político-social (caso do cavalo
Sansão), aqueles que olhavam com desconfiança para o sistema mas não possuíam o
conhecimento necessário para contestá-lo (a égua Maricota), os partidários que
absorviam as versões simplificadas e cheias de erros e incoerências do ideal
socialista e repetiam as máximas do sistema e viviam através delas sem
compreendê-las por completo (as ovelhas), os intelectuais que compreendiam toda
a barbárie que estava sendo feito, mas que se calavam por medo (o burro
Benjamim), a elite intelectual dirigente (os porcos) e a massa camponesa que
vivia para produzir (os demais animais).
Diante da multiplicidade de
papéis desempenhado pelos animais, o personagem principal da trama acaba por
ser a própria revolução que se transmuta e muda de forma com o tempo.
O livro foi escrito para ser
fácil de ser lido e compreendido com uma linguagem simples, enxuta e acessível
numa narração linear e com capítulos pequenos. Orwell evitou metáfora bem como
outros recursos estilísticos e escreveu A
Revolução dos Bichos com uma forma simples e fluída o que é essencial para
que o maior número de pessoas pudesse compreender a mensagem objetiva do livro.
A escrita é descritiva só no essencial e de forma precisa, por isso o livro não
é cansativo e, simultaneamente, cumpre a função de transmitir uma visão da URSS
da época.
Cheguei
à conclusão, ao longo de minha leitura, que facilitar a linguagem era uma
estratégia do autor para facilitar também o entendimento da denúncia: o que vinha sendo feito na URSS por Stalin
não era socialismo, assim como o que Napoleão fez não era animalismo.
O
narrador procura não intervir na narrativa, mas tece comentários breves. Porém
apesar de breves alguns destes comentários são mordazes:
“Depois que o casco
ficou bom, Sansão trabalhou mais violentamente do que nunca. Aliás, naquele ano
todos os bichos trabalharam feito escravos. Além da faina normal na fazenda e
da reconstrução do moinho de vento, ainda houve a escola dos porquinhos,
iniciada em março”.
Gostei do livro como um todo
e a única coisa que me faz pensar como um ponto fraco da obra, politicamente
falando, é seu desfecho desesperançoso. O tom da obra é quase todo esse, mas
está obvio que sua mensagem não é de desesperança, e acho que Orwell não soube
deixar isso evidente. A ideia é original e criativa, mas deixou espaço para ser
utilizada para fins diversos e, até mesmo, contrários.
A título de conclusão:
um final inconcluso
A União Soviética só teve seu
fim em 25 de dezembro de 1991, e como era de se esperar, A Revolução dos Bichos possui um desfecho em aberto, mas com o
prenúncio de um futuro obscuro e a abertura para uma nova revolução. Apesar
disso, este é um livro que não faz apenas uma sátira aos regimes
totalitaristas, é também uma obra que fala de justiça social e liberdade.
Espelha a realidade de uma época no qual emergiu uma luta dos oprimidos contra
uma sociedade injusta e excludente, que o exploravam massivamente e a tentativa
de construir um reino de liberdade e opulência. Fala de como esse projeto ia
mal e de como a forma de opressão só havia mudado de nome, pois o regime
instaurado se afastara completamente dos princípios iniciais que garantiriam a
liberdade e a fartura desejada.
Contudo, é uma obra que também traz uma mensagem para
nossa época que se encontra tomada pelo desalento, o desamparo e a
desesperança. A Revolução do Bichos
não possui um final feliz, nem uma moral da história como as fábulas clássicas,
mas como fábula moderna ela deixa implícito um ensinamento: a liberdade e a igualdade
só é possível com o trabalho de todos, mas exige um olhar atento e politizado
contra os governantes, bem como o combate contra o oportunismo, os abusos e a
ganância. O conhecimento e a liberdade de expressão e debate são os princípios
fundamentais para se conquistar a liberdade e reconstruir a sociedade, porque,
“se a liberdade significa alguma coisa,
será sobretudo o direito de dizer às outras pessoas o que elas não querem ouvir”
(George Orwell).
A edição lida é da Editora
Companhia das Letras, do ano de 2007 e possui 152 páginas.
Sobre
o autor
Eric Arthur Blair nasceu Motihari, na Índia, em 1903. Sob o
pseudônimo de George Orwell foi um romancista, ensaísta e crítico, conhecido
por seus livros “A Revolução dos Bichos” e “1984”.
Nascido numa família aristocrática inglesa decadente, Orwell
viveu seus primeiros anos na Índia onde seu pai, um funcionário público
britânico, trabalhava. No ano seguinte a seu nascimento, mudou-se com sua mãe e
irmã para a Inglaterra onde estudou em colégio interno e viveu sua infância e
parte da vida adulta.
Estudou por um tempo na Wellington College e na Eton College,
mas se viu obrigado a abandonar a última por questões financeiras e, por isso,
acabou se alistando na Indian Imperial Police Force, em 1922. Viveu cinco anos
na Birmânia, mas renunciou ao seu cargo e voltou para a Inglaterra para se
dedicar à literatura.
Passou uma fase muito difícil e empobrecida na Inglaterra e na
França enquanto tentava deslanchar na carreira de escritor. Gradativamente
ganha interesse pela política, área na qual demonstrou uma considerável clareza
de pensamento.
Casou-se com Eileen O’ Shaughnessy em junho de 1936 e no mesmo
ano, ambos viajaram para a Espanha, onde,
aliados a um dos grupos milicianos, lutaram contra o general Francisco Franco,
na Guerra Civil Espanhola.
Orwell foi gravemente ferido durante o enfrentamento, levando um
tiro na garganta e ficou sem poder falar por várias semanas. Orwell e Eileen
após serem acusados de traição na Espanha foram obrigados a retornarem à
Inglaterra.
Nos anos seguintes atuaria no jornalismo e sua literatura
ficaria conhecida pelo teor político, pela escrita marcada por descrições
concisas de eventos e condições sociais, e pelo desprezo por todos os tipos de
autoridade.
Orwell faleceu em 21 de
janeiro de 1950, em Londres.
Preview do Google Books
Abaixo você pode conferir uma prévia do livro disponível
no Google Books.
[1] Roman
à clef, ou roman a cle, designa a
forma narrativa na qual o autor trata de pessoas reais por meio de personagens
fictícios. Em alguns casos, o autor recorre a anagramas ou pseudônimos para
referir-se a sujeitos reais; noutros, vale-se de uma tabela que permite
converter números ou iniciais em nomes (verdadeiros) correspondentes. (Wikipédia)
[2]
https://pt.wikipedia.org/wiki/Leon_Tr%C3%B3tski
[3]
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ex%C3%A9rcito_Vermelho
[4]
https://pt.wikipedia.org/wiki/NKVD
[5]
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pol%C3%ADcia_secreta_da_Uni%C3%A3o_Sovi%C3%A9tica
[6]
https://en.wikipedia.org/wiki/Censorship_in_the_Soviet_Union
[7]
https://pt.wikipedia.org/wiki/Propaganda_na_Uni%C3%A3o_Sovi%C3%A9tica
[8]
https://pt.wikipedia.org/wiki/Propaganda_na_Uni%C3%A3o_Sovi%C3%A9tica#Plutocracias
[9]
https://pt.wikipedia.org/wiki/Nomenklatura
[10]
DOS SANTOS, Fernanda Cristina N.; MATOS, Luciene; DE OLIVEIRA, Lucilene. Uma
Discussão sobre os Elementos Utópicos e Distópicos em A Revolução dos Bichos.
Olá!
ResponderExcluirDepois de muito tempo consegui ler esse livro, fiquei indecisa mas, não foi o melhor livro que li na vida porém foi uma sátira muito bem escrita.
Beijos.
https://www.parafraseandocomvanessa.com.br/
Sim muito bem escrito. Uma crítica eloquente e original, além de muito mordaz.
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