domingo, 19 de julho de 2020

[Novos Escritores] O Amaldiçoado e o Príncipe das Trevas – João Gabriel Leal – Resenha

Por Eric Silva para a Tag Novos Escritores

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Nos últimos tempos, navegando pelas redes sociais, tenho conhecido muitos autores novos com poucos anos de carreira, estreantes, além de autores independentes que lutam pelo seu espaço no tão competitivo e fechado mercado editorial. Esses encontros casuais acabaram por me lembrar de muito outros que possuo na estante e que nunca cheguei a ler. No final, isso me deu a ideia de uma nova tag: o “Novos Escritores”.

Na terceira resenha dessa nova tag apresento o primeiro livro da trilogia O Amaldiçoado de João Gabriel Leal, O Amaldiçoado e o Príncipe das Trevas conta a história de Lucas, um menino de aparência muito exótica que descobre ser um lobisomem, cuja missão é exterminar o mal dos vampiros que ameaçam a humanidade. Um livro de tema um pouco batido, mas com seu próprio charme, esse é uma obra com um protagonista cativante e com um estilo de narrativa que muito me lembrou as histórias reunidas na Coleção Vaga-lume.

Confira a resenha.

Sobre o autor

João Gabriel Leal tem 26 anos de idade é jornalista, baiano, e atua na imprensa esportiva. Começou a escrever ainda criança, com apenas oito anos de idade.

Na infância, João Gabriel escrevia histórias curtas sobre super-heróis, porém só depois de adulto se sentiu pronto para desafios maiores e escrever mais do que algumas folhas de caderno. Depois de assistir a um documentário sobre lobisomens, teve a inspiração para escrever seu primeiro livro publicado, O Amaldiçoado e o Príncipe das Trevas, primeiro volume de uma trilogia que já tem continuação em O Amaldiçoado e a Tarefa dos Lunáticos, lançado ano passado.

Atualmente, está produzindo o terceiro livro da trilogia.

Sinopse do Enredo

Eulália é uma mulher muito religiosa, mas se casa com Arthur Lupino, um dos maiores mulherengos da pequena cidade sulista de Vale dos Anjos. Aparentemente, aquela relação impensável dá certo até o dia que supostamente Arthur é convocado pelo exército e só retorna nove meses depois com um bebê nos braços. Esse bebê é Lucas, uma criança que supostamente Arthur encontrou abandonado em um ninho de cobras e acabou salvando-lhe a vida. Mesmo desconfiada da história e preocupada com o destino de Lucas, Eulália aceita adotar o menino.

Um tempo depois Arthur é assassinado por um vampiro que tenta atacar sua família. Ninguém descobre a forma como ele morreu e consideram a morte como resultado de um suicídio. Eulália sozinha não consegue tocar a fazenda e torna a se casar, indo morar com Lucas na casa de seu novo marido, Pedro Antônio, e de seu filho, Édipo.

Com o passar do tempo, Lucas vai crescendo e se tronando um menino de aparência estranha, fome descontrolada e temperamento difícil. Está sempre metido em brigas e confusões na escola e tem uma relação delicada e difícil com o padrasto e o enteado da mãe, o que o coloca em situação difícil também com a mãe. O rapaz se irrita muito facilmente e apesar de muito franzino possui uma força descomunal. Mas é quando completa 13 anos de idade que Lucas faz uma grande descoberta sobre si mesmo: um monstro vivia dentro dele.

No dia do seu aniversário, Lucas se desentende e acaba agredindo Édipo, mandando-o para o hospital. Irritado consigo mesmo o garoto passa aquela noite inquieto e sente febre. Como consequência da misteriosa febre, Lucas passa por uma transformação que o torna num lobo faminto, destrói a janela do quarto e desaparece na noite iluminada pela lua cheia. No dia seguinte, o garoto acorda nu no meio da floresta ao lado dos restos de um animal morto que ele, transformado em lobisomem, havia devorado naquela noite.

Desorientado o menino vaga pela floresta sem saber como chegar em casa. É nesse momento que ele encontra um Border Collie[1] que o guia até uma cabana. Morcego, forma como Lucas apelida seu novo companheiro, guia o menino até a casa de seu dono, Anselmo, um antigo amigo de Arthur que revela a Lucas o que havia acontecido com ele e o esclarece acerca de sua missão no mundo, a missão de todos os lobisomens: caçar e exterminar os vampiros. Mais do que isso, o menino lobo é o único capaz de deter o retorno da Rainha das Trevas, a mais poderosa vampira da história. É nesse momento que tudo muda na vida do garoto que passa a enfrentar desafios enormes e perigosas aventuras, ao mesmo tempo que tem que lidar com a chegada de Félix, um garoto novo na escola, mas de áurea misteriosa e sombria. 

Resenha

Vampiros, lobisomens e adolescência: apreciação crítica das temáticas

Histórias de vampiros são muito comuns e não são poucas as obras que possam ser citadas quando se fala do tema. Contudo, histórias de lutas entre lobos e vampiros e o tema da miscigenação entre estas raças parecem ter se tornado mais populares após obras de grande sucesso e divulgação internacional como jogos de RPG, a série Crepúsculo e a franquia de filmes Anjos da Noite.

É possível perceber na trama de João Gabriel influências de algumas obras, sobretudo dos jogos de RPG. Isso não significa, porém, que o O Amaldiçoado e o Príncipe das Trevas não seja original. Pelo contrário, se o autor inicialmente parece se inspirar em outras obras para sua ideia base, por outro lado esbanja originalidade ao apresentar uma proposta de narrativa completamente distinta, nem exageradamente adulta, violenta e pouco crível como o elétrico Anjos da Noite; nem melosa, enjoativa e clichê como o romântico água com açúcar, Crepúsculo; e bem mais literário e intimista do que costumam ser os jogos de RPG.

Romance de terror infantojuvenil, puxado para o subgênero da fantasia sombria, João Gabriel oferta ao seu leitor uma história com muitos personagens realistas e cativantes como Lucas e seu Anselmo. Uma narrativa que não é exageradamente infantil para ser desprovida de ação realista e mortes reais, nem exageradamente adulta para deixar de ser recomendável aos menores como é o caso do subgênero do terror: o vampirismo erótico.

Gravura no frontispício do livro "História dos vampiros e espectros malignos: com um exame do vampiro" Publicado por Masson, Paris 1820 por Collin de Plancy. Wikimedia Commons.


É um livro leve sem deixar de ser crível ou abusar do sentido de impossível. Possui mágica e elementos fantásticos que me fizeram lembrar do universo paralelo de Harry Potter e a originalidade de uma mente criativa que gosta de brincar com seu enredo.

O Amaldiçoado e o Príncipe das Trevas é um livro que me lembrou bastante as histórias e o estilo das narrativas da Coleção Vaga-Lume. Não apenas por seu estilo de escrita se assemelhar com a de alguns escritores da coleção mais lida do país, mas porque ele possui uma temática sólida por trás, e que busca discutir nas entre linhas um aspecto da vida do leitor jovem. Não é um livro apenas para entretenimento, sem, por outro lado, deixar de sê-lo.

Todo livro destaca ou espelha algum aspecto da vida e nos leva a pensar a nossa realidade mesmo quando a trama é de fantasia e tem em si uma verossimilhança unicamente interna. No caso do livro de João Gabriel esse aspecto é a adolescência.

A adolescência é uma fase difícil porque é marcada por uma série muito grande e complicada de mudanças físicas, psicológicas e comportamentais. É um momento de descobertas e de construção da personalidade, das paixões súbitas, da não aceitação do corpo e de uma maior preocupação com a aparência e com a imagem que o outro faz de si.

Como passagem para a vida adulta, essa é uma fase complicadíssima de muitas mudanças e incertezas, no qual o adolescente busca desafiar-se e integrar-se com o mundo social. É um período de formação do indivíduo que será adulto logo mais, um momento de buscar voltar os olhos para o social, tirando-os um pouco do âmbito familiar. Por isso, os jovens gostam de estar integrados a grupos, aos seus pares e estar mais com os amigos e menos com a família.

Lucas está entrando na adolescência e se sente deslocado porque se sente diferente dos demais, mais do que isso, porque é visto como diferente, como estranho e, por isso, sofre rejeição e bullying, e tem dificuldade de fazer amizades. Se aceitar como diferente é seu principal desafio. Mas temos o outro lado também. Mesmo sendo um alguém diferente, Lucas também sente dificuldades de lidar com as diferenças dos outros. O exemplo máximo dessa assertiva é seu único “amigo”, Chico.

Francisco Redondo (um sobrenome bem clichê para alguém gordinho) possui uma personalidade bem diferente da de Lucas, além de ser bastante invasivo, ou “entrão”, como se diz aqui na Bahia. Chico, assim como Lucas, é um garoto solitário e isolado socialmente e vê no menino lobo a oportunidade fazer uma amizade. Por conta disso, Chico tenta de todo modo forçar uma aproximação que Lucas não desejou e nem deseja. Por seu turno, Lucas não sabe lidar com Chico porque, não forma com ele exatamente um igual, um semelhante, e isso cria em Lucas uma certa rejeição ao garoto e uma dificuldade de aceitá-lo como amigo.

Outro ponto desse personagem complexo que vive o principiar da adolescência é a busca por seu lugar no mundo e o papel que desempenhará nele. Descobrir que é um lobisomem não só joga o peso do mundo em suas costas como lhe dá uma missão que ele não pediu, que parece irrealizável, mas, também inescapável. Para alguém que ainda está se conhecendo e se descobrindo, criando referência e desenvolvendo-se a missão de proteger o mundo do retorno de uma poderosa vampira é um fardo pesadíssimo.


Desenho de um lobisomem na floresta à noite.Mont Sudbury. Wikimedia Commons.

Se tudo isso não bastasse ele também está apaixonado e tem fé que conseguirá atrair a atenção da garota que gosta, Melissa, mas, ao mesmo tempo, está inseguro de tudo e não tem certeza de que um dia conseguirá. Na escola as relações com os colegas e professores é um desafio e, em casa, os atritos e brigas são constantes.

Enfim, a adolescência é uma fase de contradições e Lucas é a própria contradição em pessoa. O livro de João Gabriel mostra com maestria o que é ser adolescente pela perspectiva do mais estranho e deslocado de todos: um garoto lobisomem. O livro fala de bullying, de primeiro amor, de amizades, de amor familiar, de aceitação e por isso é diversificado e ultrapassa os limites de uma narrativa de fantasia ou terror infantojuvenil sobre lobisomens e vampiros.  

O pequeno lobisomem e outros personagens

Um dos pontos que mais gostei neste livro foi a construção de seu protagonista que de tão complexo parece real.

João Gabriel concebe um protagonista com quem muitos facilmente se identificariam. O menino estranho dos cabelos espetados que cheira a cachorro molhado, que vive isolado, mas que esconde uma pequena paixão pela garota bonita da classe. Um filho que ama sua mãe, mas que não consegue evitar de trazer-lhe desgostos. Um jovem cheio de energia e potencial, mas que é hostilizado por um padrasto que o considera um incômodo. O garoto diferente que é alvo de bullying do enteado da mãe e dos valentões da escola. O rapaz que tenta entender quem ele é e qual o seu propósito no mundo. Todos eles são Lucas Lupino.

Lucas é um garoto diferente com uma aparência estranha (isso é fato incontestável). Tem uma fome incontrolável e uma irritação ameaçadora que assusta muitos a sua volta. Para muitos ele é só mais um futuro delinquente, mas intimamente ele é só um garoto como outro qualquer, com seus medos, sonhos e paixonites. Ele também é um monstro, perigoso, ameaçador quase incontrolável, mas também tem a pureza de alguém que deseja ser bom e fazer o seu melhor. Enfim, Lucas é um personagem multifacetado e isso faz dele um personagem intrigante ao mesmo tempo que cativante.

Acompanhá-lo é ver uma criança perdida que tenta desesperadamente buscar respostas e controlar seus ímpetos agressivos. Ele é um garoto corajoso, mas cheio de medos e indagações. Sua instabilidade emocional o faz tão frágil quanto o faz forte e, mesmo sua natureza biológica, ao que tudo indica, parece desafiar as próprias leis naturais. O tipo de personagem que mais adoro porque tem uma construção que tende a ser complexa e realista.

Acredito que todo ser humano é um universo em si complexo e multifacetados. Não somos a mesma pessoa nem agimos igual ao tempo todo e como cebolas (sim, cebolas, você não leu errado) somos feitos de camadas sobrepostas de tamanhos distintos, porém, diferentes das cebolas, com tons ligeiramente dessemelhantes.

Não gosto de personagens planos, simples construídas em redor de uma única qualidade ou defeito, mas de personagens complexos e contraditórios, os ditos personagens redondos. Lucas é um deles e já vale pelo livro inteiro.

O Amaldiçoado é uma série com um elenco vasto e muitos outros personagens perfilam pela história. O misterioso Arthur Pedro Antônio, o padrasto burguês e hostil que só pensa em dinheiro; seu filho, Édipo, prepotente e que pensa ser superior a Lucas e por isso está sempre atormentando seu juízo. Chico, o “melhor” e praticamente único amigo de Lucas, mas que passa a maior parte da história forçando esta aproximação e amizade. Melissa, a menina bonita por quem Lucas é apaixonado. Cito ainda Félix, o menino novo da escola que acaba criando uma grande confusão em Vale dos Anjos e se tornando elemento-chave na narrativa.

Muitos outros personagens secundários foram criados por João Gabriel, contudo estes alongariam demais a resenha caso fossem citados com pormenores. Contudo, dois personagens precisam ser destacados. O primeiro é Eulália, a mãe de Lucas, o outo seu Anselmo, que se destaca como mestre e instrutor de Lucas.

Destaco Eulália porque foi um personagem que me chamou a atenção e me causou estranhamento. Eulália é uma religiosa fervorosa, descrita como uma verdadeira beata, porém a maior parte do tempo ela não me convenceu. Achei que o personagem está demasiadamente cercado de estereótipos por ter sido criado como uma mulher exageradamente pura, cristianizada e correta, um exemplo de retidão e probidade só porque é religiosa. Fora os seus momentos de irritação, quando Lucas apronta das suas, Eulália é comparável a Virgem de tão certinha, por isso achei sua construção um pouco caricata e fora da realidade.

Eulália é um exemplo de personagem plano e na maior parte do tempo permanece como um – ela só mostra as unhas uma única vez, já perto do final do livro. Como já disse não gosto de personagens planos, porque é meio difícil de acreditar na constância moral deles, eles não me parecem críveis ou realistas. É certo que a história esconde um propósito para ter um personagem assim, mas isso só fica claro muito tempo depois e é só nesse momento que Eulália ganha um pouco mais de profundidade.

Por seu turno, destaco seu Anselmo por ser um dos personagens mais exóticos e enigmáticos da trama. Ele é descrito como um senhor de idade, sempre portando seu chapéu panamá, e que vive isolado na sua cabana no meio da floresta. Como Lucas ele é um lobisomem, já tem mais de 100 anos e é na trama a chave central para entendermos o passado do menino e suas origens. Ele cumpre o papel de mestre e mentor de Lucas, e o ajuda em muitos aspectos, mas acho que ele poderia ter uma presença mais intensa na trama. Ele some nos momentos mais cruciais da narrativa, mas tenho impressão que será elemento-chave no segundo volume da série.

Para finalizar...

A escrita de João Gabriel é leve e fácil de compreender. Ele escreve bem, no entanto, a história do livro tem um começo fraco e só ficar realmente interessante quando Lucas passa por sua primeira transformação.  A partir dali a narrativa passa alternar entre momentos tranquilos, momentos de tensão e outros de ação e morte. A leitura só é cansativa nos primeiros capítulos, mas, à medida que a trama se torna mais dinâmica e consistente, passa a fluir rapidamente e se torna mais instigante.

O Amaldiçoado e o Príncipe das Trevas é uma história interessante com um protagonista cativante com o qual o leitor divide e reage aos anseios e medos do mesmo. Lucas é um menino problemático, mas com o qual você se compadece. Só acho que a obra deveria evitar as armadilhas de americanização da cultura brasileira. Uma cidade inteira que comemora o dia das bruxas não é exatamente comum no Brasil. Comemorações como estas em escolas, sobretudo particulares, são bem comuns, mas uma cidade inteira não é ainda algo existente.

Infelizmente, O Amaldiçoado e o Príncipe das Trevas possui alguns pontos negativos, três para ser exato. O primeiro deles já mencionei quando falava de Eulália: essa não é uma obra livre de alguns estereótipos inocentes, mas inegáveis e que deixam alguns personagens, como Eulália com um certo ar caricatural.

O segundo ponto é o narrador e suas piadas sem humor. Narrado em terceira pessoa, o livro tem um narrador ativo na narrativa. Ele opina, se compadece dos personagens e tenta se engraçado, mas nem sempre consegue êxito.

Mas o que mais me chamou a atenção foi um pequeno trecho, imperceptível quase, mas destaco porque achei muito incoerente e, até certo ponto, inadequado para um livro infantojuvenil. Trata-se de um comentário sobre um dos personagens relacionada a questão da autodefesa do porte de armas:

“Na sala, pegou uma lanterna potente de fazendeiro, uma faca de caça e uma espingarda calibre doze que deixava num armário para ocasiões como aquela. Era a favor da autodefesa. Achava que a polícia não fazia seu trabalho direito e a segurança no país estava um caos”.

O comentário é completamente desnecessário para o entendimento da trama e de seu personagem. Sem querer, a passagem faz aos jovens uma espécie de apologia ao porte de armas, um posicionamento político do personagem desnecessário a obra que, para sua faixa etária e temática, deveria ser politicamente neutra. Na minha opinião, bastava mencionar que ele pegava uma espingarda, arma comum entre caçadores de animais.

O desfecho é sem dúvida um dos melhores aspectos da narrativa. Cheio de acontecimentos inesperados, mistérios e reviravoltas, a conclusão do primeiro livro nem de perto dá um ponto final na narrativa ou esgota suas possibilidades. João Gabriel soube o exato momento onde encerrar a escrita de O Amaldiçoado e o Príncipe das Trevas para deixar seu leitor curioso e ansioso pelo segundo volume da série.

O destino de Lucas fica em aberto bem como da maioria dos personagens. O seu futuro e o destino da humanidade ficam em suspenso e você curioso para saber como Lucas fará para enfrentar os novos desafios que se abrem a sua frente. Quais aliados fará nessa empresa e como seguirá em frente em direção ao seu destino? As possibilidades são imensas, mas tudo depende de como o autor conduzirá a segunda edição que já foi publicada sob o título de O Amaldiçoado e a Tarefa dos Lunáticos. Esperemos pelos desfechos do próximo livro.

A edição lida é independente e está disponível na Amazon, porém o livro já foi publicado em edição impressa pela Editora Giostri, no ano de 2017 e possui 188 páginas.



[1]Raça canina do tipo Collie desenvolvida na região da fronteira anglo-escocesa na Grã-Bretanha para o trabalho de pastorear gado, em especial, de ovelhas. (Wikipédia)


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