terça-feira, 3 de julho de 2018

[Impressões] Três filmes de fantasia da Disney


Alice no País das Maravilhas, A Bela e a Fera e Uma Dobra no Tempo

Nota: Impressões é uma tag que se diferencia das Resenhas por ser mais sintética, objetiva e menos analítica com cada obra. Ela é mais centrada na experiência que tive com cada obra e na opinião que tenho delas. É sempre uma postagem coletiva que agrega várias obras, sejam elas literárias, de artes plásticas ou cinematográficas, do mesmo autor ou de autores diferentes. Resume-se a: quem é o autor, conteúdo da obra, minha experiência e impressões.


Está sem tempo para ler? Ouça a nossa postagem, basta clicar no play.


Por Eric Silva


A Disney com certeza é uma gigante do cinema cujas obras marcaram a infância e o imaginário de milhões de crianças ao longo de muitas gerações. Eu pertenço a uma dessas gerações que cresceu fascinado pelas pequenas belezas e histórias contadas pelos estúdios da estadunidense. Histórias românticas e de culturas exóticas, viagens interestelares e sociedades de ciência avançada, histórias de passados longínquos, de povos poderosos e aventuras vividas por grandes e pequenos animais. Tudo isso sempre existiu nos filmes da Disney: enredo simples mas que encantavam pela mágica, pela beleza e pela mensagem que passava.

Muitos desses aspectos ainda não se perderam, mas, hoje, após crescer e absorver muitos outros estúdios menores e com propostas distintas, a Disney vem se tornando bem mais diversa e isso vem se refletindo nas suas produções. Alguns de seus filmes mais atuais são soberbos e incríveis, mas outros vem falhando sobretudo quando se fala de enredos (roteiros) inteligentes, interessantes, claros, profundos e bem-acabados.

Na tag Impressões de hoje trouxe três filmes dessa última década que impressionam pela riqueza tecnológica de fotografia e de designer, mas que falham quando o assunto é bom enredo. 

Ressalto, porém, que a opinião expressa aqui é exclusivamente minha e profundamente pessoal. A proposta da tag é ser intimista e tratar a obra por um víeis de impressões íntimas e pessoais, logo podem ser visivelmente distintas do restante da humanidade. Ninguém é obrigado a concordar.

Alice no País das Maravilhas (2010)

Quando ainda era criança, Alice Kingsleigh visitou um lugar mágico onde viveu uma grande aventura junto a criaturas maravilhosas, contudo suas lembranças sobre o local se confundiam em sua mente como parte de seus sonhos. Chegando a idade adulta, Alice é ainda uma mulher cheia de imaginação, mas atormentada pelos sonhos repetitivos e estranhos. Contudo, com a morte de seu pai e a proximidade de seus 20 anos, sua família passa a se preocupar com seu futuro. Por conta dessa preocupação co o futuro da moça, certo dia, a mãe de Alice a conduz até uma festa onde a garota nem imaginaria que diante de todos seria formalmente pedida em casamento.

Incerta sobre qual atitude tomar, entre aceitar o casamento arranjado e indesejado com um jovem lorde fútil e arrogante, ou correr o risco de nunca se casar e ser para sempre um peso para sua mãe viúva, Alice foge de todos enquanto persegue um coelho branco pelos jardins da propriedade. Na perseguição a moça cai em um buraco que a conduz a outro mundo fantástico e cheio de criaturas mágicas como em seus sonhos, mas submetido ao governo tirânico da Rainha Vermelha. Predestinada a derrubar o poder da governante opressora, Alice confronta uma realidade que parece sonho e onde a vida e a liberdade de todos dependem dela enfrentar seus medos e tomar ou não partido em uma guerra que não era sua.

Desde que era pequeno, pela fama do livro de Lewis Carroll, eu já conhecia alguns dos pontos principais da trama e tinha uma noção de seu conteúdo, mas particularmente a história de Alice no País das Maravilhas ou de sua continuação, Alice Através do Espelho e o Que Ela Encontrou por Lá, nunca me chamaram a atenção ou me instigaram a vontade de lê-los. Sempre considerei uma história infantil demais e em muitos pontos uma narrativa nonsense[1] e com poucos atrativos. Isso, porém, não significa que eliminei as possibilidades de lê-lo no futuro.

Assistir ao filme idealizado pela Disney foi uma tentativa de compreender melhor a história e despertar alguma vontade de buscar o livro. Não funcionou, porque mesmo nunca tendo lido a história original notei que haviam profundas divergências entre o que eu conhecia da narrativa e o enredo do filme.

Apesar de inspirado no livro homônimo de Lewis Carroll, o filme do cineasta estadunidense Tim Burton, narra uma história muito diferente da idealizada pelo escritor inglês. Segundo comentários que eu li, Burton misturou diversos elementos dos dois livros e cria uma nova possibilidade: o retorno de Alice como uma professada heroína que salvaria o mundo subterrâneo após ele ter sido dominado pela terrível Rainha Vermelha. Não sei até onde essa proposta é condizente com o livro e até onde ela diverge. Sei que, pelo pouco conhecimento do livro que tenho, essa não é a exatamente a história contada por Carroll.

A Alice de Burton é uma moça de pouca coragem que se recusa a aceitar as tradições e convenções sociais de sua época, a sociedade inglesa da Era Vitoriana, século XIX. Essa coragem só é adquirida a medida em que a aventura no mundo subterrâneo a impelem a tomar medidas extremas e a tomar em suas mãos as rédeas de seu próprio destino. Alice seria, assim como seu pai, uma visionária, alguém além do seu tempo, mas presa às imposições de sua condição de mulher em um mundo masculino. Isso fez com que eu gostasse do início e do final da história que é centrado no mundo real vivido por Alice, mas quanto ao resto – sua passagem pelo mundo subterrâneo e seus habitantes insanos – nada me atraiu.

A trilha sonora é fantástica e combina com os cenários sombrios, sobretudo a composição Alice's Theme de Danny Elfman, mas particularmente não gostei nem da paleta de cores escuras, nem dos cenários sombrios e 100% digitais que me fizeram recordar de filmes lamentáveis como Sharkboy e Lavagirl e Pequenos Espiões – dois pequenos desastres gráficos com enredos lastimáveis criados pelo cinema especialmente para crianças (pobres crianças).

É certo que o filme de Burton tem qualidade gráfica e de criatividade muito superior aos filmes que citei, não nego, mas, como afirma Daniel Feix, é “[…] limitado em sua dramaturgia” e “[…] decepcionante como projeto estético, ou artístico”[2]. Feix também faz elogios como “[…] inventivo em seu imaginário visual” e “[...] deslumbrante do ponto de vista plástico”, mas não sei se concordo. Para mim muito pouco do filme chama a atenção tanto em enredo como em arte gráfica.

O certo é que em vez de me incentivar a ler a obra de Carroll – como fez com milhares de pessoas pelo mundo – esse filme me deu menos vontade de ir à literatura e conferir esse clássico centenário. O absurdo da narrativa não me atrai, nem seu enredo, nem seus personagens excêntricos. Pelo menos no filme, além da própria Alice parece que o único personagem um pouco mentalmente equilibrado é o cachorro que luta pela sobrevivência de sua prole.

O ponto interessante do filme, porém, está na sua mensagem de incentivo para que encontremos coragem (“muiteza”) para enfrentar os desafios que a vida nos impõem. Enfrentar o preconceito social contra as pessoas que não se encaixam em um certo padrão de beleza, ou que tenham uma perspectiva de mundo que não está dentro do que esperam de nós, perspectivas que por vezes são tomadas como loucura ou idiotice. Na minha perspectiva, a maldade da Rainha está na pouca aceitação de sua aparência tomada como grotesca, e as dúvidas e hesitações de Alice nasceram da pouca coragem da mesma de tomar o seu destino nas mãos. Só no fim Alice encontra a determinação que necessitava, mas quanto a rainha…. Bem, essa se dá mal, como sempre.

Como já se é esperado da tradição da Disney também nesse filme a gigante estadunidense tenta transmitir às crianças uma mensagem de coragem e de força de vontade para encarar um mundo que é difícil, selvagem e nem sempre coerente não só para os adultos como também para as crianças.




A Bela e a Fera (2017)

Um dos contos de fadas mais antigos e clássicos da literatura francesa, A Bela e a Fera já foi adaptado para o cinema, o teatro e a televisão incontáveis vezes desde que sua primeira versão foi escrita por Gabrielle-Suzanne Barbot, Dama de Villeneuve, em 1740, e adaptado para sua versão mais famosa, em 1756, por Jeanne-Marie LePrince de Beaumont[3].

Contudo de suas muitas adaptações uma das mais conhecidas e que marcou toda uma geração, foi o musical de animação criado pelos estúdios da Walt Disney Feature Animation, em 1991. O sucesso alcançado pelo longa-metragem da Disney foi estrondoso e tornou-se o primeiro filme de animação a ser indicado para o Oscar de Melhor Filme[4]. Em 2017, a Disney tentou reproduzir o sucesso de bilheteria de seu musical readaptando o roteiro na forma de live-action e com Emma Watson, interpretando Bela, e Dan Stevens no papel da Fera. No Impressões de hoje falarei dessa última versão do famoso conto francês.

Bela é uma moça inteligente que gosta de ler e que vive em uma pequena aldeia francesa com seu pai, Maurice, um artista parisiense que se mudou para aqueles rincões para proteger sua filha de uma ameaça que assolava Paris.

Apesar de sua beleza, a moça não é compreendida pelos habitantes da aldeia que abominam seus hábitos e sofre com as investidas insistentes e incômodas do vaidoso ex-combatente Gaston. Por sua vez, Bela além de enjeitar e repugnar o assédio de Gaston, se sente limitada pela vida que leva no interior e deseja mais liberdade para expandir seus horizontes.

A vida de Bela muda completamente quando durante uma viagem de negócios seu pai se perde na floresta e é atacado por lobos em um estranho trecho do bosque onde nevava mesmo quando em toda França ainda era primavera.

Em fuga, o velho Maurice se refugia com seu cavalo em um castelo abandonado e lá rouba uma rosa para dar de presente a filha. Contudo, o seu ato, apesar de inocente, ofende o dono do castelo: uma fera monstruosa que outrora fora um príncipe e senhor daqueles domínios. A fera faz de Maurice o seu prisioneiro e prende-o no castelo para deixá-lo morrer. Na aldeia, quando Bela vê o cavalo de seu pai retornar sozinho entende que algo de errado aconteceu. Com a ajuda do animal ela localiza o castelo e entrega-se como prisioneira no lugar de Maurice. A partir dali começa uma relação complexa e inusitada da jovem com a rude e mal-educada criatura e com os corteses objetos encantados que povoam o castelo e tentam unir o casal a fim de quebrar o encanto que transformara o senhor daquele palácio em fera.

Já assisti tantas versões de A Bela e a Fera que já não são quais os elementos originais de sua história. Não sou particularmente fã dos contos “de fadas” europeus, porque prefiro bem mais os contos árabes, indianos e persas que compõem as histórias das Mil e Uma Noites, descobertos por mim já na adolescência. Contudo cresci assistindo e lendo os contos europeus e meu imaginário infantil – fortemente europeizado – foi profundamente influenciado pelos cenários dessas histórias. Por conta disso, ainda hoje, assisto a essas narrativas quando uma nova versão é criada e comparo-as.

Quando assisti ao musical da Disney em live-action não foi possível não o comparar, primeiro, com a versão em animação, e depois com minha versão preferida: La Belleet la Bête (2014), filme franco-alemão dirigido por Christophe Gans.

O live-action da Disney não é para mim a melhor das versões do conto – ainda prefiro o filme de Gans –, mas é uma das mais ricas e interessantes, além de visivelmente mais rica que a versão em animação de 1991. O filme dirigido por Bill Condon se preocupa em demonstrar a moda, o luxo e requinte próprios da corte francesa e além da elegância e ostentação de sua mobilha e vestimentas, mas sobretudo das construções palacianas. O trabalho da direção de arte foi, sem dúvida, estupendo. A fotografia do filme é linda e os contrastes entre a atmosfera primaveril da aldeia e a atmosfera invernal do castelo da fera dão a arte do filme um aspecto muito interessante. Mas o musical em si me incomodou em muitos aspectos.

Comparando com a versão animada de 1991, a narrativa da versão live-action de A Bela e a Fera sofreu algumas modificações significativas que amadureceram a história do musical inicialmente pensado para crianças, mas algumas das permanências em relação a versão original não se encaixaram bem no novo conceito.

As canções foram mantidas iguais ao original, mas nem todas se harmonizam com a versão um pouco mais madura e com menos eufemismos. Muitas daquelas canções são ainda muito infantis para um musical que tem um tom mais sério, por isso cenas cantadas e dançadas como “o bom dia” da aldeia que inicia a história de Bela, o festejo na taverna com Gaston e seu amigo Le Fou, ou ainda o primeiro jantar de Bela no castelo destoaram sobretudo com o tom assumido pelo enredo do meio para o final do filme.

Por outro lado, a Bela de Watson é bem mais humana e menos “princesinha” do que na versão animada. Watson encarna uma Bela capaz de fazer frente a Fera e se impor. Não é tão exageradamente doce, submissa ou chorosa quanto sua predecessora e bem mais decidida. Nisso ficou evidente que a eterna Hermione Granger emprestou ao personagem um pouco de sua personalidade de mulher engajada e empoderada, dando-lhe ares de uma mulher da nossa era.

No geral, o filme não é ruim – ainda que eu prefira um filme comum a um musical. Não, ele é resultado de um cuidadoso trabalho, mas que tem suas fragilidades. Eu, da minha parte, considero que a versão franco-alemã de 2014, com Léa Seydoux como Bela e Vincent Cassel como Fera, é a variante cinematográfica mais bela e poética. Com um enredo sério, sem deixar de ser mágico, o roteiro de Christophe Gans e Sandra Vo-Anh mesclou mitologia com a essência do conto francês, criando uma história coerente e original. Se não bastasse, a fotografia e a arte (designer) são belíssimas.




Uma Dobra no Tempo (2018)

Adaptação da obra homônima de Madeleine L’Engle, Uma Dobra no Tempo conta a história de Meg Murry e seu irmão Charles Wallace Murry após o desaparecimento de seu pai quatro anos antes. Os pais dos dois irmãos eram dois grandes físicos que ficaram desacreditados após uma teoria elaborada pelos no qual afirmavam que era possível viajar pelo espaço utilizando o conceito conhecido como um tesseract, uma espécie de dobra no espaço-tempo. Quando finalmente consegue completar sua experiência o pai dos garotos, Dr. Alexander Murry, desaparece misteriosamente.

Quatro anos depois, Meg ainda não conseguiu aceitar o desaparecimento do pai e sofre bullying por conta de todos acharem que seu pai era louco e que havia abandonado a família depois de cair em descrédito pela comunidade científica. A menina que antes se demostrava aplicada e inteligente vai transformando-se em uma criança hostil e é doce apenas com seu irmão mais novo, o superdotado Charles Wallace. Mesmo quando Calvin O’Keefe, um dos garotos mais bonitos e populares da escola se aproxima em busca de sua amizade, a garota se demostra desconfiada e arredia.

A história porém ganha uma reviravolta quando três misteriosas mulheres entram em contato com os três garotos e explicam que Dr. Alexander havia sido levado para outro planeta de onde não tinha conseguido retornar, ficando perdido no espaço. Elas então recrutam os três garotos para uma aventura pelo espaço, usando dobras no tempo-espaço para completar uma missão de resgate.

Uma Dobra no Tempo é um filme que traz alguns elementos e temas bem interessantes, mas que possui um dos piores roteiros que eu já vi. Algo inacreditável mesmo quando comparado aos filmes mais simplórios que Hollywood já produziu.

Para começar me impressionou bastante a iniciativa de um filme no qual a personagem além de mulher é negra, mas não só por isso, mas por essa passar ao longo da trama por um processo de empoderamento. Uma Dobra no Tempo é um filme como muitos personagens femininos afrodescendentes, como Senhora Qual, interpretada por Oprah Winfrey, e Senhora Quem, papel de Mindy Kaling, mas o principal destaque é sobretudo para a personagem da menina Storm Reid.

Meg não lida muito bem consigo mesma, e o filme em algum momento dá a entender que também não gosta muito da sua aparência por não condizer com o estilo de roupas e cabelo das meninas mais populares da escola. Ela também é teimosa e insegura, além de ter uma enorme dificuldade de confiar nas pessoas que se aproximam dela. É como uma garota que se fechou num casulo para se proteger do mundo a sua volta, não se permitindo muitas experiências. Contudo, ao longo da história uma mensagem de autoconfiança, aceitação, amor ao próximo e para consigo mesmo vai sendo construída através de atitudes e falas principalmente das três mulheres que acompanham as crianças em sua aventura. Essa mensagem é direcionada aos três, mas especialmente para Meg. O resultado é que para superar os obstáculos impostos a ela, Meg vai se tornando uma garota bastante decidida e feliz consigo mesma.

Se analisarmos com cuidado a proposta do filme fica claro que ele tem um profundo cunho motivador com uma mensagem importantíssima para as crianças e adolescentes, especialmente nos Estados Unidos onde as exigências quanto a padrões de belezas pré-definidos, o bullying e o racismo são problemas seríssimos dentro das escolas. A gravidade desses problemas fica evidente no país toda vez que mais um jovem estadunidense se torna manchete nos jornais do mundo todo após cometer um novo ato de barbárie e homicídio coletivo na escola. Um filme como o da Disney ganha muitos pontos ao tratar de temas como este pois está direcionado para o público mais vulnerável e sensível a essas questões.

Entretanto, quando pensamos em enredo Uma Dobra no Tempo é um completo desastre. Ao longo do desenvolvimento do roteiro a história vai perdendo o sentido e ficando confusa. Traz alguns conceitos interessantes de física e possui um visual gráfico muito bonito – um dos cenários usados é particularmente deslumbrante –, mas em termo de enredo é difícil de agradar, sobretudo aos expectadores mais exigentes.

É certo que o filme foi pensado para crianças, mas isso não significa que o um desenvolvimento de um roteiro um pouco mais coeso, rico e até mesmo inteligente dificultaria o entendimento dos pequenos. A sensação que o filme me deixou foi a de uma obra criada mais para chamar a atenção pelos seus efeitos especiais – principal tendência de Hollywood – do que para ser admirado como um filme que tem uma boa história.




[1] “Nonsense é uma expressão inglesa que denota algo sem sentido, nexo, lógica ou coerência” (Wikipédia).
[2] https://gauchazh.clicrbs.com.br/cultura-e-lazer/noticia/2010/04/adaptacao-do-livro-alice-no-pais-das-maravilhas-filme-encanta-pelo-visual-2880668.html
[3] https://pt.wikipedia.org/wiki/A_Bela_e_a_Fera
[4] https://pt.wikipedia.org/wiki/Beauty_and_the_Beast_(filme_de_1991)

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