Por Eric Silva
05 de abril de 2020
“O mundo é mágico. As pessoas
não morrem, ficam encantadas”.
(João Guimarães Rosa)
Nota: todos os termos com números entre colchetes [1]
possuem uma nota de rodapé sempre no final da postagem, logo após as mídias,
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da resenha nos comentários.
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resenha, basta clicar no play.
Sinopse do enredo
County Mayo, Irlanda.
Sorcha, a Bruxa da Noite, como
era conhecida na região, sente-se cada vez mais debilitada após o aborto
espontâneo de sua quarta criança. Sozinha com os três filhos (Brannaugh, Eamon
e Teagan) enquanto o marido estava ausente em batalha, ela sente que a energia
maléfica do bruxo Cabhan está cada vez maior, assim como o desejo dele de
apossar-se dela e de seu poder. Ela e sua família estão em risco.
Para defender seus filhos
contra os ataques de Cabhan e destruí-lo, Sorcha faz o mais extremo dos
sacrifícios. Transfere para os filhos o seu poder, escolhendo para cada um
deles um animal como guia (o cão, o falcão e o cavalo) e num ato suicida usa o
pouco de poder que lhe resta para enganar e destruir seu inimigo. Contudo,
Cabhan não está morto e de algum modo sua existência sombria vai, ao longo dos
séculos, atormentando a descendência da grande bruxa, restando aos que herdaram
o sangue de Sorcha terminar o que ela havia começado muito tempo antes.
Paisagem de County Mayo. Autor da Imagem: Comhar. Julho de 2010. Wikimedia Commons. |
Do outro lado do Atlântico,
nos Estados Unidos, Iona Sheehan cresceu ansiando por amor e aceitação. Com
pais indiferentes, o porto seguro da menina foi sua avó materna, irlandesa, com
quem aprendeu as lendas antigas da grande bruxa e através de quem Iona ficou
sabendo onde encontrar suas raízes:
County Mayo. Ali Iona poderia entender quem é, compreender a dimensão
dos seus poderes e encontraria um lar e o seu destino determinado muitos
séculos antes de nascer.
Após vender o pouco que
possuía, Iona faz as malas e deixa tudo para trás, com nada além de instruções
de sua avó, muito otimismo, e um talento nato com cavalos. Abandona para sempre
a vida infeliz que vivia para buscar as respostas para suas dúvidas naquela terra
antiga, repleta de florestas exuberantes, ruínas, e velhas lendas.
Ali onde tinha origem o
sangue e a magia de sua família, Iona encontra seus primos, Branna e Connor e é
convidada a viver com eles em sua casa onde eles ensinariam tudo o que era
necessário à jovem bruxa. É também com ajuda deles que a moça consegue um
emprego nos estábulos locais e conhece Boyle McGrath, o proprietário. Boyle é um
homem ousado, rústico e rude, mas capaz de mexer com os mais íntimos desejos de
Iona.
Junto de seus primos, de
Boyle e dos amigos que consegue fazer, logo a moça percebe que naquele lugar ela
pode construir um lar para si e viver a sua vida como sonhava. Mas isso também
significava enfrentar os assédios e os ataques do mal antigo que atormenta sua
família e reunir forças para derrotá-lo de uma vez por todas.
Resenha
Infográfico da nossa resenha. Clique para Ampliar. Elaboração: Eric Silva. |
Não costumo ler livros do
estilo que Nora Roberts escreve, apesar de ter resenhado dois em toda a
história do blog até então. Isso significa que Bruxa da Noite, mais pela sua temática próxima do estilo fantasy, é meu
primeiro contato com a obra da autora.
Para ser realmente sincero, escolhi este livro por acaso (na
base do sorteio). Sou bibliomaníaco e tenho muitos livros digitais (e quando
digo muitos é porque são muitos mesmo) e com frequência sorteio ao acaso um
deles para ler. Trata-se de uma maneira meio hardcore[1]
de fugir da minha lista de leitura, mas é também uma forma de ler algo não
planejado. Foi assim inclusive que nasceu a Campanha Anual de Literatura
de 2016, quando ao acaso decidi ler A Sombra do Vento, livro do espanhol Ruiz Carlos Zafón.
O problema disso é que quase sempre leio ou algo que não
pretendia mesmo ler, ou algum gênero literário do qual não gosto. Foi o caso
dessa vez, já que apesar de ser um romance paranormal, é também classificado
nos gêneros de romance
contemporâneo e de romance de amor.
Primeiro livro da trilogia Primos O'Dwyer, Bruxa da Noite faz parte
de um gênero literário que não perco
tempo lendo: o romance de amor. Em primeiro lugar, porque não sou do tipo
romântico e que acredita nestas paixões avassaladores comuns nos livros de
romance de amor, segundo, porque detesto livros que ocupam páginas ou até um
capítulo inteiro descrevendo minuciosamente o coito selvagem de um casal. Confesso
que tenho particular horror a romances de banca tipo Julia, Sabrina e Bianca.
É preciso uma escrita empolgante, um senso estético
fabuloso, uma temática fora do padrão, um
bom enredo e um escritor de renome para me convencer a ir além da
página 12, ou então, a OBRIGATORIEDADE INESCAPÁVEL de ler algo de que não
gosto. Nora Roberts tem a escrita, a
temática, o senso e o renome necessário, por isso não abandonei Bruxa da Noite logo de cara.
Passagens míticas
Roberts
começa seu livro contando os últimos dias de vida de Sorcha e de como começou a
maldição que persegue sua família ao longo dos séculos. Com o talento de uma
escritora experimentada, de cara ela nos introduz naquela atmosfera bucólica da
vida na Irlanda antiga e reconstrói o caráter meio mágico, meio sombrio de suas
florestas milenares.
Não
sei se fui influenciado pelo meu espirito geográfico que ama conhecer lugares
diferentes, mas as descrições de Nora e minha imaginação tornavam quase
palpável as imagens que ela descrevia, cenários e pessoas. Além disso, logo a
autora faz você entrar numa atmosfera de livros de magia e bruxaria, passados
em um tempo remoto e ancestral. Um bom
começo posso dizer, mas ora e
meia esse clima eram estragados pelos toques sensuais exagerados dado às
sensações que Sorcha sentia quando na presença intimidadora de Cabhan.
“Sorcha
sentia a luxúria dele como mãos suadas em sua pele”.
“Ela
os sentiu como mãos ousadas em sua pele”.
Essas
passagens que ora e meia explodiam no texto acabavam por me fazer recordar de
que estava lendo um tipo de romance no qual essa pegada mais sexual é muito
comum, e meio que destruíam o clima anterior. Mas as passagens míticas
provocaram minha apreciação pelo gênero fantasy
de um jeito que não me recordo ter sentido há muito tempo.
Há
uma passagem do livro, em particular que mexeu muito comigo. Trata-se de quando
Iona visita com Boyle as ruinas de Ross
Errilly. Ross Errilly é um
monastério franciscano medieval destruído após os britânicos terem expulsado os
monges e, algum tempo depois, os seguidores de Oliver Cromwell[2] terem saqueado e queimado
o que restou. Nesse lugar que Nora Roberts descreve como “saído de um filme antigo em que criaturas tramavam escondidas no escuro”,
Iona tem uma visão do passado intensa e arrepiante.
Imagens das ruínas de Ross Errilly. Wikimedia Commons. |
A forma como Robert descreve a
visão em meio as ruinas foi simplesmente poderosa.
Iona percorre as velhas ruínas enquanto fala com Boyle e, ao mesmo tempo, vê-se
numa vida passada na qual viveu por um curto período de tempo naquele lugar,
entre os monges que a abrigaram com sua neta. Mas mais do que isso, ela reexperiencia
quando febril, em seu leito de morte, se viu obrigada a passar seu poder e sua
maldição à menina, para impedir que Cabhan conseguisse o que desejava.
Há muito tempo não sentia uma
descrição literária com tanta intensidade, mas acho que
não foi só a escrita desse trecho do livro que mexeu comigo, mas um conjunto de
leitura e música.
Tenho
costume de ler e escrever ouvindo música. Composições de Ludovico Einaudi, de Brian
Crain, de Yann Tiersen, e, mais recentemente, de Abel Korzeniowski. Enquanto
lia a passagem da visão de Iona, meu computador tocava Moonlit
Shore, uma música melancólica de Brian Crain tocada ao
piano, e antes dela, ouvi arrepiado a hipnotizante e até mítica composição de
Ludovico Einaudi, The Tower.
Só sei que ambas as composições, e sobretudo a de Einaudi, junto com a passagem
da visão de Iona no livro criaram em meu quarto uma atmosfera intensa e que me
tirou do ar.
Mas o que parece bom, nem sempre o é o tempo todo
Depois da morte de Sorcha,
Bruxa da Noite dá um pulo no tempo e
avança para os dias atuais nos quais conhecemos Iona e seus primos. É a partir
daqui que o livro mostra de forma marcante a sua personalidade de romance de
amor e a narrativa mítica perde força e se torna meio cansativa, repetitiva e
arrastada.
A verdade é que Nora Roberts deixa a proposta inicial
– a luta entre luz e escuridão – seguir um ritmo de desenvolvimento muito lento porque sua intenção era não esgotar uma narrativa que, na realidade, é bastante limitada. Deste modo a autora
teria assunto para três livros nos quais o foco real é desenvolver a vida
amorosa dos três protagonistas: Iona, Connor e Branna, nesta ordem. Destruir Cabhan é
pôr fim prematuramente à saga.
Por essas razões, Bruxa da Noite tem maior foco no desenvolvimento pessoal e
amoroso de Iona, destacando as mudanças sofridas em sua rotina ao chegar na
Irlanda, seu crescimento em quanto bruxa e, principalmente, a evolução de seu
relacionamento com seu cawboy ranzinza,
problemático e cheio de frescuras. Cheguei inclusive a pular dois capítulos
inteiros os quais a autora dedicou-se quase que exclusivamente a descrever (com
por menores) as transas do casal.
Os momentos paranormais da
narrativa passam a ser triviais e as constantes e inesperadas aparições de Cabhan vão
seguindo uma formula repetitiva que tira pouco a pouco a mágica, o brilhantismo
e alguma originalidade que a narrativa poderia ter. Com isso meu encanto
inicial pela escrita de Nora também vai perdendo seu brilho e termina de morrer
nos últimos capítulos quando, caminhando
para o desfecho da narrativa, Nora Roberts perde completamente a mão para os
elementos sobrenaturais e transforma o final do livro em uma luta confusa, sem
resultados e sem emoção alguma.
Os personagens
No que tange a construção
dos personagens e ao desenho psicológico dos mesmos, Nora Roberts se mostra uma
escritora competente na criação de personagens com características bem diversas
que as marcam e definem completamente.
Iona é uma moça bonita,
ativa e impetuosa, mas sobretudo otimista. Mesmo tendo vivido com seus pais uma
vida de pouco afeto e de pouco amor, ela é uma garota que sempre está em busca
de amar e de ser amada. Iona também tem seus medos e seus momentos de dúvida e
fraqueza, mas com esforço e vontade de progredir ela vai pouco a pouco
conquistando seu espaço, tanto em Mayo como na vida de todos os outros
personagens, tornando-se necessária e quista.
Connor é tranquilo,
otimista e conciliador. Sempre muito bem-humorado, mas mostrando-se sério
quando necessário, é ele que costuma desarmar os personagens em momentos de
atrito, forçando o grupo a atingir um ponto de equilíbrio e trabalhar juntos
contra as investidas de Cabhan.
Branna, por sua vez, é a mais realista e desconfiada. Quase
sempre acorda com um humor acre, mas está sempre disposta a ouvir, aconselhar e
alimentar quem precisa dela. Com um instinto matriarcal pronunciado, ela é a
mais preocupada de todos, sendo bastante severa e exigente com o treinamento de
Iona para que essa seja capaz de se defender e colaborar com os primos na luta
contra o bruxo sombrio.
Quanto a Boyle, este é um homem explosivo que exige demais de
si e também dos demais. Um homem acostumado a ser líder e ter iniciativa, mas
que teme mais do que tudo se tornar refém de seus próprios sentimentos, com os
quais tem uma dificuldade enorme de lidar. Iona entra na sua vida para virá-la
de cabeça pra baixo e pouco a pouco desarmar todas as suas defesas.
Por fim, outros personagens se destacam também como
importantes na trama e de personalidades bem demarcadas.
O primeiro é o misterioso e calmo Fin (Finbar Burke), sócio de Boyle e descendente de Cabhan. Fin
é apaixonado por Branna, mas é constantemente evitado e afastado por ela, que
desconfia do rapaz por conta da marca de sua descendência. Ele é junto com
Boyle um dos melhores amigos de Connor.
A outra é Meara, uma
amazona e professora de equitação, funcionária dos estábulos e melhor amiga de
Branna. Meara é sarcástica, mas muito bem-humorada. Muito sincera, a moça não
tem papas na língua e está sempre dizendo o que lhe vem na cabeça.
Por fim, Cabhan é muito pouco caracterizado na trama. Quase
nada é revelado sobre seu passado e quem de fato era. Só um pouco de suas ações
é descrito e, na verdade, ele próprio aprece muito de repente logo no começo da
história.
[...]
– Se
tivéssemos, papai lutaria contra eles. E eu também. – Ela olhou para sua mãe. –
Dervia, do castelo, me disse que Cabhan foi banido.
– Você já
sabia disso.
– Sim, mas
ela disse que ele volta e se deita com mulheres. Sussurra em seus ouvidos e
elas acham que é seu legítimo marido. Mas de manhã, descobrem. Choram. Ela
disse que você deu às mulheres amuletos para mantê-lo longe, mas... ele seduziu
uma das criadas da cozinha, no pântano. Ninguém consegue encontrá-la.
Sorcha
sabia disso, e sabia também que a criada nunca seria encontrada.
– Ele
brinca com elas e abate os fracos para se alimentar. Seu poder é negro e frio.
A luz e o fogo sempre o derrotarão.
[...]
Na maioria das vezes Cabhan aparece
como um lobo negro e feroz portando um colar com uma pedra de brilho vermelho, fonte
de seu poder, e que sempre está atacando Iona, supostamente o elo mais fraco
dos três bruxos da noite. Mas quando aparece em sua forma humana, ele se
demonstra um homem sórdido e de grande luxuria, mas igualmente sedento por
poder e destruição.
Concluindo...
Nora
escreve bem e de forma fluida. As descrições são boas e não chegam a ser
cansativas, exceto quando a autora resolve perder um ou meio capítulo narrando
as “excussões” sexuais dos personagens principais.
Passagens como da visão de Iona em Ross Errilly, são carregadas de força e impressionam. Contudo, um
problema sério de sua escrita é sua pouca
preocupação em demarcar nos diálogos a quem pertence cada fala. Em muitos
momentos ela apenas sugere a quem pertence a fala através de pistas dadas pelo
próprio diálogo, e, em outras passagens, sobretudo nos diálogos entre duas
pessoas, é a ordem das falas na sequencia o único elemento para diferenciar
quem fala e quem ouve em cada momento do discurso. Fora isso, não há o que
reclamar da sua escrita.
Além disso, os
cenários escolhidos são fabulosos e míticos. Florestas tão sombrias quanto
encantadoras e que mesclam beleza, misticismo e escuridão. Ruinas, castelos e
construções antigas que despontam numa paisagem bucólica, rural e pontilhada de
pequenas vilas com suas casas simples, mimosas e campestres.
Bruxa da
Noite é um livro que muitas
vezes lhe prende e em outras é
apenas uma leitura fácil e prazerosa. Sua
ideia não é original, mas em muitos momentos é bem executada. O narrador é
bastante impessoal e isso não agrega grande coisa a narrativa também.
Deixar para depois a conclusão da batalha dos primos O'Dwyer contra
Cabhan foi uma boa saída para transformar uma história que daria no máximo dois
livros, contudo a dispersão enfraqueceu o primeiro livro. Diria que o livro de Nora é, pela soma dos pontos fortes e fracos, um
livro mediano.
Não sei se
seguirei lendo a série. Não é um hábito meu ler continuações, principalmente
porque tenho muita coisa boa ainda esperando para ser lida. Algo que achei
interessante e único neste livro foi o fato de que, no final, ele tem um
capitulo extra, na verdade, o primeiro capitulo de Feitiço da
Sombra segundo livro da sequência. Uma estratégia muito interessante para
atiçar a vontade de continuar a série. Contudo, imagino que o foco dos livros
posteriores seja o mesmo de Bruxa
da Noite, e isso não me estimula.
Não sei,
mas acho que eu gostaria mais de Bruxa da
Noite se ele se passasse na Irlanda medieval do que no nosso mundo moderno.
Os primeiros capítulos são, sem dúvida, os de melhor qualidade. Além disso, a
parte romântica também seria possível no contexto de uma narrativa histórica.
Fazer passar tantas gerações para que o embate final acontecesse fez, na minha
modesta opinião, com que esse primeiro livro perdesse parte de seu misticismo e
encantamento. Ainda mais que todos levam muito bem o fato de Bannar, Connor,
Iona e Fin serem bruxos, quase como se fosse natural ter um amigo de infância
feiticeiro. Muito inverossímil no meu ponto de vista.
Um Bruxa da Noite passado na idade média
irlandesa seria mais empolgante e poderoso, quem sabe, até cinematográfico.
A edição lida é digital, da
Editora Arqueiro, do ano de 2015 e possui 320 páginas em sua versão impressa.
Sobre o autor
Escritora norte-americana, Eleanor Marie Robertson ou Nora
Roberts começou a escrever em 1979. Depois de várias rejeições, seu primeiro
livro, Almas em chamas, foi publicado em 1981.
É autora de mais de 200 best-sellers românticos, publicados
em mais de 35 países e traduzidos para 25 idiomas. Em seu lançamento, Um novo amanhã, Álbum de casamento, Bruxa da
noite, Feitiço da sombra e Magia do sangue foram direto para o
primeiro lugar da lista de mais vendidos do The New York Times, na qual Nora é
presença constante.
Nora tem mais de 500 milhões de livros vendidos e foi a primeira
mulher a figurar no Romance Writers of
America Hall of Fame. Também recebeu diversos prêmios, entre eles o Golden
Medallion, da Romance Writers of America,
o RITA e o Quill.
Ela escreve também sob o pseudônimo de J. D. Robb (na Série
Mortal), Jill March e Sarah Hardesty.
Preview do Google Books
Abaixo você pode conferir uma prévia do livro
disponível no Google Books.
[1]
Algo feito ou executado de forma extrema (https://www.significados.com.br/hardcore/)
[2]
Oliver Cromwell (c. 1599 - 1658), foi um militar e líder político inglês e,
mais tarde, Lorde Protetor. Puritano e um homem intensamente religioso ele
acreditava profundamente que Deus era o seu guia nas suas vitórias. Participou
na Guerra civil inglesa, ao lado dos Parlamentaristas. Foi um dos signatários
da sentença de morte do rei Carlos I em 1649, e, como membro do Rump Parliament
(1649–53), dominou a Comunidade da Inglaterra. Foi escolhido para assumir o
comando da campanha inglesa na Irlanda durante 1649–50. As suas forças
derrotaram a coligação entre os Confederados e os Realistas, e ocuparam o país
– terminando, assim, com as Guerras confederadas irlandesas. Durante este
período, foram redigidas uma série de Leis Penais contra os católicos romanos
(uma minoria significativa na Inglaterra e na Escócia, mas uma grande maioria
na Irlanda), e grande parte das suas terras foram confiscadas (texto: Wikipédia).
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