sexta-feira, 4 de julho de 2014

A Chegada em Darkover - Marion Zimmer Bradley - Resenha

Por Eric Silva

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Resenha

Um acidente acontece e uma das naves terráqueas que se dirigia para mais uma das colônias humanas espalhadas pelos rincões do universo, cai em um planeta completamente desconhecido pela humanidade, um planeta inexplorado que reserva vários segredos a serem revelados. Uma série de pessoas morreram no acidente e tantas outras morrerão até que os sobreviventes conheçam e aprendam a sobreviver num mundo completamente novo.

A chegada em Darkover de Marion Zimmer Bradley é mais uma das incontáveis histórias de ficção científica que povoam a literatura mundial. Fazendo parte da famosa e imensa saga do planeta Darkover criada pela autora de As Brumas de Avalon. A chegada em Darkover não foi o primeiro livro escrito para a série, mas aquele que conta como se deu início a saga humana naquele mundo aparentemente hostil. Darkover é um planeta regido por quatro luas e um grande sol vermelho, com seres completamente desconhecidos e com um clima bastante adverso e que carrega com sigo fenômenos bastante inquietantes como é o caso do "Vento Fantasma" que com suas propriedades psico-neurológicas é capaz de levar a insanidade temporária um número expressivo de pessoas fazendo com que estas percam toda a capacidade de agir racionalidade e se entreguem aos desejos e sentimentos mais inconfessáveis.

Nos deparamos neste livro com uma humanidade intensamente cientifizada que buscará, alguns com mais relutâncias, outros com mais naturalidade, se adaptar a um mundo novo onde eles deverão construir uma nova sociedade a partir das possibilidades que o estranho planeta oferece. Fugindo um tanto dos moldes hollywoodianos de ficção cientifica, onde os grandes efeitos especiais e os instrumentos técnicos extremamente avançados roubam acena e não nos deixam a tentar para a pobreza literária da trama de fundo, A chegada em Darkover aposta no caminho contrário permitindo com que questões existenciais, filosóficas, emocionais, religiosas e culturais tomem conta da trama em muitos momentos. Assim a narrativa pode não agradar aqueles leitores acostumados a ficção cientifica cheia de robôs, carros voadores, exploradores do universo, seres alienígenas destruidores de civilizações. Mas certamente agradará a outros leitores por ser algo que aponta mais para a natureza humana, sem deixar, no entanto, de contar com os velhos mistérios do que é desconhecido e, logo, assustador, mesmo que não tenha razão de o ser.

O livro apresenta uma leitura fluída, e em alguns momentos muito rápida, exigindo do leitor atenção para não sair de uma cena e entrar em outra sem nem se aperceber da transição da narrativa. Particularmente me surpreendi com a rapidez com que terminei de ler, talvez por se tratar de apenas 111 páginas (eu li uma versão digital que rola na internet, mas algumas edições cadastradas no Skoob alcançam maior número de páginas: Editora Y (2004) - 238 pg. Editora Imago (1989) - 172 pg. Editora Círculo do Livro (1972) - 147 pg.). 111 páginas para alguém como eu que lê dezenas de artigos científicos todos os meses é pouco. Ler uma centena de uma narrativa bem construída é relativamente fácil e rápido, mesmo que o tempo para ler também seja escasso.

Não indico para crianças, mas para alguns adolescentes de cabeça mais aberta (como meus alunos) e realmente apreciadores da prática da leitura. Aos adultos, é plenamente indicável. Minha avaliação pessoal: bom.

A nave semidestruída após pouco forçado. Ilustração de Ron Walotsky.

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