Por Eric Silva
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A mitologia é um aspecto comum a todos os povos antigos
que surgiram na história humana. Uma forma de explicar o mundo e transmitir
valores para as novas gerações. Dessa forma todo povo antigo possui um mito que
conta como surgiu o mundo e seu povo.
Alguns destes conjuntos de mitos se tornaram famosos e se
espalharam pelo mundo como é o caso das mitologias grega e nórdica. Outros nunca
ganharam projeção ou então foram perdidos, seja pela falta de registro de povos ágrafos, ou por conta dos muitos casos de genocídio
e etnocídio cometidos por colonizadores europeus na América, na África, na Ásia
e também na Oceania.
O Japão como um país
de cultura secular também possui seus mitos e figuras mitológicas ainda pouco
conhecidos no ocidente. Mitos que falam da criação do mundo e do arquipélago
japonês e criaturas mitológicas e sagradas que povoaram e ainda povoam o
imaginário religioso de seu povo.
Um desses mitos é retratado por Natsuo Kirino em seu livro O Conto da Deusa, primeira obra
resenhada na III Campanha Anual
de Literatura do Conhecer Tudo. Natsuo faz uma releitura do mito da
criação do Japão pelos deuses Izanagi e Izanami para criar uma narrativa sobre
tradição, amor, ressentimento e vingança, por consequência a autora japonesa
acabou por nos apresentar um pouco da mitologia dos japoneses.
No texto de hoje falarei um pouco do mito de Izanagi e
Izanami conforme ele é contado por Natsuo, e como esta autora liga isso a uma
ideia de dualidade que parece ser marcante na filosofia religiosa japonesa.
Observação: o texto apresenta spoilers da trama do livro.
***
Um
pouco sobre O Conto da Deusa
Capa da edição brasileira. |
Mesclando mitologia e ficção
literária, O Conto da Deusa conta a
história da criação do Japão através de uma narrativa de amor e traição que
fala também de tradições e da marginalização da mulher. Uma obra povoada de
símbolos, ao mesmo tempo que profunda e contemplativa, mas que também revela
uma forte crítica à posição da mulher dentro das traições machistas que regeram
e regem tanto a sociedade ocidental quanto a oriental.
O livro se divide basicamente
em 5 grandes partes durante os quais Namima, a protagonista e narradora da
trama, relata toda a trajetória de sua vida terrena e os acontecimentos
posteriores a sua morte. É a través dessa narração que sabemos como o destino
trágico e sofrido da moça, uma simples ilhoa que por conta de tradições
arcaicas e injustas é obrigada a cumprir o duro e solitário papel de guardiã
dos mortos (sacerdotisa das trevas), se entrecruza com a história dos Deuses
Izanami – a quem Namima serve no mundo dos mortos – e Izanagi (no livro grafado com Izanaki), seu esposo.
Em paralelo a história de
vida de Namima, Izanami e uma de seus serviçais,
Hieda no Are, contam à sacerdotisa das trevas a narrativa do surgimento dos
Deuses que criaram o céu, a terra e os mares além de outros deuses dos quais
faziam parte Izanagi e Izanami, os “Deuses do desejo masculino-feminino”.
A resenha completa do livro
você pode encontrar neste link e abaixo você confere um resumo desse importante mito da
tradição religiosa japonesa a partir da narração empreendida por Natsuo.
O
mito de Izanagi e Izanami
No princípio tudo o que
existia era o caos. Até que a matéria informe foi dividida no céu e também na
terra que sem forma flutuava como óleo sobre os mares, mas essa. Outras
divisões foram se dando sempre em pares complementares até que o mundo chegasse
a ser o que é hoje.
Izanagi e Izanami. Obra de Kobayashi Eitaku, 1885. Wikimedia Commons. |
Posteriormente dois outros deuses sem forma física ou distinção
de sexo apareceram: Kuni-no-toko-tachi (国之常立神), a deidade
Eternamente Presente na Terra, e Toyokumono (豊雲野神), o Espírito das Nuvens Abundantes.
As outras divindades que se seguiram apareceram sempre aos pares
masculino e feminino. Entre eles Izanagi (イザナキ) e Izanami (伊弉冉尊), os deuses
do amor conjugal e que assumiam a forma humana de um homem e uma mulher.
Izanagi e Izanami eram os deuses responsáveis por gerar a terra
e nela aquela que se tornaria o Japão. Também geraram os elementos da natureza
e toda a diversidade de deuses que habitavam o mundo natural, todos eles
nascidos do ventre de Izanami. Por isso, ao descerem dos céus a primeira ordem
recebida pelos deuses primordiais foi a de solidificar a terra que vagava à
deriva nos mares. À vista disto, o casal de deuses munidos de uma lança
decorada com joias (a amenonuhoko, “lança do céu”)[1] foram
até a ponte flutuante entre o céu e a terra e juntos arremessaram a lança na
água, agitaram-na e quando novamente a ergueram, as gotículas que pingaram da
ponta coagularam quando atingiram as ondas e formaram uma ilha, a ilha de
Onogoro (淤能碁呂島).
Em Onogoro, Izanagi e Izanami e construíram um palácio cujo
pilar principal alcançava a Planície do Alto Céu e os permitiam comungar com os
deuses que residiam no alto, e por isso chamaram o pilar principal de seu
palácio de o “Pilar do Céu”.
Após terem construído sua morada, os dois deuses manifestam um
determinado interesse e curiosidade um pelo corpo do outro o que os levariam ao
matrimônio. Essa passagem do mito, contado pela própria Izanami, em O Conto da Deusa, é relatado de forma
bastante sutil:
“Assim que nós o construímos, Izanaki perguntou: “Como
é a forma de seu corpo?” Veja bem, eu fui a primeira deusa a aparecer em forma
de mulher, e Izanaki não entendia isso. Então eu respondi: “Meu corpo tem uma
forma perfeita, mas em um lugar é vazio.” A isso, Izanaki respondeu: “Meu corpo
é perfeito em forma, mas em um lugar existe um excesso.” Ele continuou:
“Deixe-me colocar meu lugar de excesso dentro de seu lugar vazio,
preenchendo-o, portanto. Nesse dia eu gostaria que nós déssemos à luz a terra.
O que você me diz?” E eu concordei.”
Diante da aprovação de Izanami, Izanagi sugeriu que ambos
contornassem o Pilar do Céu como uma cerimônia matrimonial, ele indo para a
esquerda e ela, para a direita. Quando ambos se encontraram ela foi a primeira
a dizer “Que homem de grande formosura eu
conheci!”. Ainda que desapontado, por ter pensado que seria o primeiro a
falar, Izanagi respondeu: “Que mulher de
grande formosura eu conheci.” E depois desta cerimônia ritual os dois
realizaram a sua união que resultou no primeiro filho do casal e que foi
chamado de Hiruko (水蛭子). Contudo a
criança era imperfeita, não possuindo ossos, e seu corpo era mole e macio. Por
isso o casal decidiu colocar o bebê numa canoa de junco e deixar que a
correnteza do mar o levasse.
Após o tempo nasce o segundo filho, que deu origem a pequena
ilha de Awa no lugar de produzir uma grande faixa de terra. Como uma pequena
ilha não era considerada pelos deuses como digna de importância, estes
resolveram relatar aos deuses superiores suas desventuras e lhes pedir algum
conselho.
Os deuses da Planície do Alto Céu disseram que o erro fora
cometido durante a cerimônia de matrimônio, quando Izanami falara antes de seu
marido, quando este deveria ser o primeiro a falar. Não era permitido às mulheres falar primeiro, por isso o casal deveria
refazer o ritual.
Izanagi e Izanami fizeram como lhe aconselhavam os deuses
maiores e o primeiro filho que geraram dessa união foi a ilha de Awaji. Em
seguida Shikoku e as ilhas Oki. Depois Kyushu e em seguida as ilhas de Isa,
Tsushima e Sado. Por fim, geraram a maior ilha de todas, Honshu. Oito ilhas ao
todo. As maiores ilhas que compõem o arquipélago japonês e que os deuses
puseram o nome de País das Oito Ilhas.
Em seguida, Izanami deu à luz todas as espécies de divindades,
os kamis. O Deus dos Oceanos, o Deus das Águas, o Deus do Vento, o Deus das
Árvores, o Deus das Montanhas, o Deus das Planícies e depois o Deus do Fogo.
Contudo, quando deu à luz Kagutsuchi (軻遇突智), o Deus do
Fogo, Izanami sofreu queimaduras graves que a levaram à morte e à jornada sem
retorno em direção ao Reino dos Mortos.
Enlutado com a perda de sua esposa, Izanagi enterrou Izanami no
monte Hiba e, dirigindo toda a sua fúria ao filho Kagutsuchi, o decapitou. Mas
isso não foi o suficiente para aplacar o sentimento de perda do grande Deus da
vida e desejoso de se reunir a esposa foi em busca dela no Reino dos Mortos,
determinado a encontrar uma maneira de trazê-la de volta à vida.
Ao chegar na escuridão absoluta do submundo, ele chamou por
Izanami e pediu que ela retornasse. Contudo a deusas já não podia retornar ao
mundo dos vivos porque consumira a comida da fornalha daquele reino sombrio e
ali deveria permanecer.
Ainda assim, ela pede para que ele ali ficasse um pouco,
devendo, no entanto, não a olhar. Impaciente para ver a esposa, Izanagi não
obedece ao perdido da deusa e acende uma tocha usando um dos dentes de seu
pente de madeira. Com a repentina claridade Izanagi se deu conta que sua esposa
já não era bela como antes e havia se transformado em um cadáver em estado de
putrefação, com o corpo “infestado de
larvas” e o belo rosto afundado em si mesmo.
Enojado, o deus decidiu ir embora animando a fúria de Izanami
por ele não ter cumprido a sua promessa de não a olhar. Para impedir que o
esposo fugisse ela manda em seu encalço as Bruxas de Yomi para capturá-lo, sem
sucesso. Izanagi escapa do submundo e bloqueando a passagem com uma enorme
pedra impede que Izanami também fugisse dali, encerando-a por toda eternidade
no Reino dos Mortos.
Enfurecida Izanami decide matar todos os dias mil pessoas,
decisão que Izanagi rebate prometendo fazer todos os dias nascerem outras mil e
quinhentas no lugar.
A
mitologia e a dualidade de todas as coisas: voltando ao livro de Natsuo Kirino
A literatura japonesa é
sempre carregada da forma contemplativa e muito característica dos orientais de
verem o mundo. Quando analisamos o livro de Natsuo e o mito que lhe dá vida
observamos que o objetivo da autora foi falar de muitos temas que na cultura
japonesa se encontram intrinsecamente ligados entre si, ainda que muitas
pessoas não o percebam em seu cotidiano.
Por isso, ela escreve uma
história em que várias dimensões complementares se entrecruzam: a mitologia e a religião que por muitos de
seus traços fomentou por séculos, dentro da sociedade, práticas e ideias
machistas que legitimavam a submissão e marginalização da mulher, além de
alicerçar uma infinidade de tradições injustas impostas por gerações. Todavia,
gosto de pensar nesse livro também como uma história sobre a dualidade e a complementariedade de
todas as coisas – um conceito pilar da crença filosófica-religiosa de muitos
povos orientais.
Em O Conto da Deusa há um intenso diálogo entre duas dimensões quase
que indissociáveis da cultura japonesa: a sua mitologia e as crenças
sincréticas dos japoneses, que costumam associar elementos de várias religiões
tradicionais do oriente como xintoísmo, o taoismo e o budismo, além dos
princípios filosóficos do o confucionismo[2].
O tei-gi, a forma mais conhecida de se representar o conceito de yin-yang. Wikimedia Commons. |
A intertextualidade com a
mitologia é evidente pois a autora se apropria do mito da criação do Japão para
criar o plano de fundo de sua narrativa. Entretanto, por todo o livro também é
possível encontrar outras referências mais ligadas às religiões que influenciam
a cultura local. A principal destas referências é o conceito de dualidade do
taoismo (Yin-yang).
O Yin e Yang descrevem duas
forças fundamentais opostas e complementares que regem o mundo e se encontra na
essência de todas as coisas. Yin
seria o princípio feminino, passivo, noturno e escuro, quanto que o Yang o seu oposto (o princípio
masculino, ativo, diurno e luminoso). “Segundo
essa ideia, cada ser, objeto ou pensamento possui um complemento do qual
depende para a sua existência. Esse complemento existe dentro de si. Assim, se
deduz que nada existe no estado puro: nem na atividade absoluta, nem na
passividade absoluta, mas sim em transformação contínua”[3].
Na narrativa de Natsuo, essas
duas forças fundamentais e as suas sucessões cíclicas cumprem o papel de um dos
principais pilares entorno do qual se constrói toda a narrativa e sua
problemática. Tudo começa com Izanagi e Izanami que além de serem os deuses
criadores do mundo como o conhecemos e progenitores dos kamis (神) – as divindades xintoístas
– são também a representação da dualidade do masculino e do feminino,
representado pelo homem e pela mulher, mas também são a representação da
dualidade fundamental da vida e da morte.
Inicialmente ambos os deuses
representam a vida e o nascimento ao darem origem a diversas ilhas e divindades
geradas do ventre de Izanami quando fecundada por Izanagi. Contudo, tudo toma
um tom fúnebre quando a deusa progenitora se torna deusa dos mortos e
fundamentalmente o oposto de seu marido, ainda deus da vida e do nascimento e
responsável por repor no mundo as vidas ceifadas por sua esposa. A partir de
seu falecimento Izanami é encerrada em um mundo de escuridão e lamento,
enquanto seu esposo continua a habitar um mundo cheio de vida e banhado pela
luz.
Dessas dualidades de vida e nascimento,
feminino e masculino encerrados na mitologia, Natsuo retira o combustível
necessário para alimentar a sua narrativa com muitas outras dualidades ou
ideias duais, complementares e opostas que permearão também toda a parte
fictícia da narrativa. Os principais exemplos dessas ideias estão encerrados na
narrativa do povo da ilha de Umihebi
e dizem respeito as suas crenças e tradições religiosas.
Mikura-sama, a sacerdotisa
maior da ilha de Umihebi,
representava yang e por isso era a
sacerdotisa da luz (governante do reino da luz), enquanto que sua filha – sua
sucessão – deveria ser yin. Por sua
vez, sua neta mais velha, Kamikuu, seria sucessão de yin, e logo, yang,
enquanto que Namima, por ter nascido depois, seria, na sequência, novamente
yin, o que representaria as sucessões continuas que mencionamos, formando um
ciclo.
Para que se garantisse o
equilíbrio das coisas e a proteção dos ilhéus, quando Mikura-sama veio a
falecer Kamikuu deveria sucedê-la como sacerdotisa
da luz enquanto à Namima era
reservado o destino de ser seu oposto: a sacerdotisa das trevas (governante do
reino das trevas) e protetora dos mortos.
Como se vê a ordem religiosa
dos ilhéus era sustentado pela dualidade entre a yin responsável por zelar dos mortos e por isso excluída do convívio
com os vivos, e a yang responsável
pela proteção da vida, dedicada a pedir proteção aos pescadores durante suas
viagens e responsável por gerar mais vida que perpetuasse o ciclo.
Porém além de Yin-Yang outras
dualidades complementares aprecem na narrativa como a contraposição entre morte (Amiido, Namima e Izanami) e vida (Kyoido, Kamikuu e Izanagi) e nascente e poente presente em passagens como esta:
[...]
Eu
fiquei lá parada, petrificada. O que eles queriam dizer com aquilo?
—
Deste dia em diante você será a guardiã do Amiido. Kamikuu, Filha dos Deuses, é yang. Ela é a alta sacerdotisa que governa o
reino da luz. Ela reside no Kyoido no
limite leste da ilha, onde o sol nasce. Mas você é yin. Você deve presidir o reino das trevas. Você morará aqui, no Amiido, no limite
oeste onde o sol se põe.
Eu
me virei para olhar, chocada, a minúscula choupana perto da caverna cheia de
cadáveres. Então aquela deveria ser a minha casa? Eu estava em estado de
estupor.
O
chefe da ilha berrou uma ordem:
—
Namima! Pelos próximos vinte e nove dias você erguerá as tampas dos caixões e
verificará se Mikura-sama e Namino-ue-sama não retornaram à vida. Você jamais
terá permissão para voltar ao vilarejo. Comida será deixada para você na
entrada do Amiido. Você comerá essa comida. Existe um pequeno poço atrás da
choupana. Nada lhe faltará.
[...]
Como se vê nesse trecho
Natsuo explora bastante a ideia de dualidade e descreve uma sociedade – a dos
ilhéus de Umihebi – toda organizada
entorno destes conceitos duais que eles respeitam profundamente e aceitam como
verdade indiscutível. O Amiido na narrativa é o cemitério do vilarejo e logo
residência dos mortos, enquanto que o Kyoido era um lugar sagrado onde a
sacerdotisa da luz fazia suas orações e pedidos por proteção para a ilha. Como
lugares opostos eles também residem em extremos opostos (leste e oeste), mas
são fundamentalmente complementares e necessários. Ao mesmo tempo, a
sacerdotisa da luz goza de liberdades que à sacerdotisa das trevas era negado,
como, por exemplo, habitar entre os ilhéus, ser vista por eles.
Como sabemos, os mitos surgem
nas sociedades tradicionais como forma de explicar a vida, o mundo e a própria
organização da sociedade. Pelo mito muitas ideias são ensinadas e impostas as
gerações seguintes, tradições, práticas e crenças são legitimadas e junto com isso
toda a filosofia de um povo. As tradições da ilha de Umihebi estavam fundamentalmente baseadas nas crenças
mitológico-religiosas de seu povo e por reproduzia injustiças e as legitimavam
como necessárias a manutenção do equilíbrio da vida.
Natsuo explora as ideias de
dualidade presente no mito dos deuses Izanagi e Izanami – morte e vida, homem e
mulher, – e também nas tradições da fictícia Umihebi – Yin e yang, luz e trevas –, para falar de como o mundo muitas vezes é regido por ideias
opostas e complementares, de que somos um todo composto de parte muito
distintas entre si, mas fundamentalmente ligadas e indissociáveis.
No entanto, a autora vai além e dá margem a uma discussão
de como as ideias transmitidas pelos mitos e tradições, por vezes, são
utilizadas como justificativas para injustiças, e também de como essas ideias
também são forjadas para submeter determinado grupo ou seguimento social – são
utilizadas como justificativas para a opressão. Uma das discussões mais explícitas é o papel de
submissão da mulher que no caso de Izanami não poderia ter falado antes de seu
esposo e, por consequência disso, tivera filhos defeituosos. Uma clara
justificação de porque a mulher deveria se submeter a vontade de seu esposo,
ser silenciosa e submissa a sua autoridade. Isso faz de O Conto da Deusa mais do que uma simples releitura de um mito
secular e transforma-o em uma obra instigante e profundo ao seu modo, que
discute temas ainda atuais, com um olhar contemporâneo, mas sem perder de vista
o passado e as raízes de um povo que hoje consegue com muita perspicácia aliar
o moderno e o tradicional.
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[1]
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_japonesa
[2]
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jap%C3%A3o#Religi%C3%A3o
[3]
https://pt.wikipedia.org/wiki/Yin-yang
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