Por Eric Silva
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Décimo primeiro livro da Campanha Anual de Literatura
do Conhecer Tudo, A Hora dos Ruminantes é
um livro bastante curioso que mistura o banal, o estranho e o extraordinário.
Publicado pelo goiano José J. Veiga em 1966, esse livro é interpretado por
muitos estudiosos como uma alegoria sobre os tempos de autoritarismo da
Ditadura Militar. Tal interpretação se deve ao seu enredo que aborda entre
outros temas o mandonismo e a opressão imposta por um grupo sobre o outro. Trata-se
de um livro primoroso não só pelo gênero pelo qual é confundido, o fantástico,
mas pela carga simbólica e metafórica que seu enredo assume, sem deixar de ser
realista apesar de seu universo narrativo que flerta com o maravilhoso e o
absurdo.
Confira a resenha do 11º livro da campanha
que neste ano homenageia a literatura do Brasil.
Sinopse
Segundo livro publicado
pelo autor goiano José J. Veiga e considerado sua obra mais importante, A Hora dos Ruminantes é um romance curto
que narra a história da pequena cidade de Manarairema e seus habitantes. O
enredo se passa durante o tempo em que a rotina daquelas pessoas é mudada pela
chegada de um misterioso grupo de pessoas de procedência e intenção
desconhecida, e que se instalam as margens de um rio próximo.
A presença daquelas pessoas, seus modos esquivos e
autoritários, pouco a pouco, no lugar da curiosidade que havia despertado de
início, impõem uma atmosfera de opressão, sobretudo, quando a cidadezinha é
invadida por centenas de cachorros e posteriormente de bois que acabam por privar
a população de sua liberdade de ir e vir.
Enredo
Meu primeiro contato com a
obra do escritor goiano José J. Veiga, A
Hora dos Ruminantes é um romance de pequena extensão (152 páginas), narrado
em terceira pessoa.
Nesse livro Veiga conta a
história da chegada de um misterioso grupo de forasteiros a pequena
povoação de Manarairema, e de como a presença do grupo afeta profundamente a
vida dos cidadãos da pacata cidade do interior.
Típica cidade do interior de Goiás. Na Foto: Cidade de Vila Boa. |
Contudo, a paz e quietude da cidadezinha acaba quando um
certo dia, já no final da tarde, um grupo de cargueiros perfilaram no horizonte indo em direção a margem oposta
do rio. A princípio, a novidade é vista com pouco interesse por aqueles que
presenciaram a sua passagem. Entretanto, ao amanhecer, a população é
surpreendida por um enorme acampamento instalado às margens do rio. Sem muita
demora o surgimento inesperado dos acampados se torna o assunto principal na
cidade. Todos queriam saber quem eram, de onde viam e se pretendiam se instalarem
no local. Contudo os forasteiros davam poucas possibilidades para saciar a
curiosidade local e, esquivos, não faziam questão de estabelecer uma
aproximação, uma relação amistosa ou de vizinhança com a gente de Manarairema,
a menos que isso atendesse a algum de seus interesses.
Instalados às margens do rio, os forasteiros – só depois
denominados pelos manarairemas como
“os homens da tapera” – tinham um comportamento fechado e hostil, mas tudo
indicava que eles pretendiam se estabelecer na região, sobretudo quando
começaram a fazer mudanças naquelas terras e a edificar “grandes obras” que
demandavam tanta areia que para a gente da cidade de Manarairema já estava
claro a intenção de ficar.
Mas são os primeiros contatos entre manarairemas e forasteiros que denotariam o quanto a presença dos homens da tapera impactaria a vida da
gente daquela cidade. Sempre carregados de tensão e certa hostilidade, os
contatos entre os moradores de ambos os lados do rio, na maioria das vezes,
acabavam amedrontando e tornando submissos e coagidos os nativos do lugar.
O primeiro a entrar em contato com alguns daqueles homens foi
o padre Prudente, ainda na estrada, enquanto voltava de uma viagem eucarística,
contudo, até mesmo seu cumprimento aos homens foi ignorado.
Em seguida foi a vez de Germiniano, o proprietário da carroça
de aluguel e que em Manarairema era o responsável por transportar quase tudo
que os moradores necessitassem.
[PARÁGRAFO COM SPOILER] Enquanto levava uma carga de estrume,
o caboclo foi interpelado por um dos homens do acampamento que, com petulância
e ar de autoridade, queria a todo custo comprar a sua carroça. Destemido,
Germiniano recusa a oferta insistente e vai-se embora, no entanto pouco tempo
depois o carroceiro passa a trabalhar para os forasteiros e, por algum motivo,
toda a sua coragem de se impor à petulância daquelas pessoas se transforma em
uma submissão taciturna e doentia, como se medo e coerção o prendesse ao
trabalho que nunca findava.
[PARÁGRAFO COM SPOILER] O mesmo se sucede com outros
personagens, que, mesmo valentes e destemidos, são tomados por um temor que
emanava da ameaça invisível daquelas pessoas da tapera. O comportamento
autoritário e mandatário daqueles homens logo sujeitaram homens como o
briguento Amâncio Mendes, o dono da venda da cidade, e, pouco a pouco, os
homens da tapera vão estendendo aos moradores da pequena cidade a sua
influência carregada de um mandonismo coercivo e velado, quase sempre levado
por recados entregues por aqueles que já se encontravam sob o jugo dessa
autoridade sem propósito.
Contudo a influência nefasta dos homens da tapera só vai tomar, de fato, uma forma mais palpável
quando, sem explicação, a cidade é invadida duas vezes. Na primeira ocasião por
uma horda imensa de cachorros que viram de cabeça pra baixo a vida dos
moradores da povoação, e, na segunda, por uma infinidade de bois que ocupando
cada canto da cidade lhes tiram todo o direito de ir e vir.
Resenha
Repressão e ditadura:
dos militares aos homens da tapera?
A Hora dos
Ruminantes foi um livro que me deixou bastante curioso, não só por seu
enredo que mistura o banal, o estranho e o fantástico, mas por todo o mistério
que rondava entorno dos homens da tapera.
A narrativa de A Hora dos Ruminantes gira entrono de
três grandes capítulos: A Chegada, O dia
dos Cachorros e O dia dos Bois. No primeiro deles somos apresentados à
cidade de Manarairema e alguns de seus habitantes. É nesse capítulo que Veiga
narra a chegada dos cargueiros que traziam os misteriosos homens que se
instalariam do outro lado do rio.
Ali o autor narra o
alvoroço que a novidade provoca na população da pequena comunidade, o
estranhamento em relação ao comportamento esquivo daqueles homens e suas
maneiras tão atípicas. Mas é nos dois capítulos recorrentes que o “fantástico”
da narrativa dá as caras, quando hordas de cães e depois de bois invadem a
cidade impondo uma mudança de ritmo a sua população, invadindo seus espaços,
destruindo plantações e hortas, oprimindo os moradores e impossibilitando sua
liberdade de ir e vir.
Os pontos fracos do livro são também seus pontos mais
fortes. O quase total desconhecimento
sobre quem eram aquelas pessoas, de onde vinham, qual o objetivo delas ali, por
quanto tempo ficariam, bem como o mistério de como tantos cachorros e bois invadiram
a pequena cidade. Se viam dos estranhos como podiam ser tantos? Com qual
propósito eles eram mandados para invadir a cidade? Que força os comandavam? Por isso,
o que mais gostei na narrativa é como todas as coisas vão se dando e caminhando
para uma cadeia de ações e acontecimentos surpreendentes. O melhor de A Hora dos Ruminantes
é a própria narrativa que achei magnética.
Tudo nesse livro surpreende o leitor atento: a forma como
aquelas pessoas causaram estranhamento, curiosidade e desconforto nas pessoas
da pequena cidade; o choque cultural que ali se dá e a forma como
gradativamente os homens da tapera
vão indo além, também coagindo-as, nem sempre de forma direta, nem sempre de
forma explícita, mas impondo o medo através do próprio sentimento de terror que
o ser humano costuma ter daquilo que é desconhecido ou mal explicado. O que desconhecemos não só nos causa
estranhamento como também receio e pavor. É uma reação natural, um
mecanismo de defesa. No fim, pressão, medo, curiosidade, ódio e desconfiança
são os sentimentos que afloram entre os cidadãos da pequena cidade. Algo que de
um jeito estranho que a princípio me faz lembrar do xenofobismo, teoria que
descartei logo após ler um pouco mais sobre o livro.
Mas o desconforto não se limita a seus personagens e é também
transposto para o leitor, que não só se contagia com a curiosidade dos manarairemas como fica atônito com a
forma como, com tão pouco, aquelas pessoas são coagidas a fazer o que os
forasteiros esperavam delas. Nenhuma ameaça é explícita, nada é concreto ou
objetivo, mas ainda assim é para aquelas pessoas algo aterrador pois o medo, a
aflição parte dos homens mais corajosos da cidade e ninguém entende o porquê
daquele temor.
Apesar de
José J. Veiga, enquanto em vida, ter discordado disto, muitos pensadores e
estudiosos fazem ligações entre a obra do autor goiano e o momento histórico de
repressão e domínio militar que foi contemporâneo da publicação
de A Hora dos Ruminantes.
Quartel do 1º B.P.E. sede do DOI-CODI Rio de Janeiro, usado como centro de tortura durante a ditadura militar |
Antes desses
acontecimentos, entre 1964 e 1965, a política e administração pública
brasileira passa por um processo de militarização que foi da declaração do
golpe militar em Março de 1964, com a deposição do presidente João Goulart, a
declaração do primeiro Ato Institucional e a cassação de quarenta mandatos no
parlamento, até a implantação do AI-2, em Outubro de 1965, que não só dissolveu
os partidos, como também tornou indireta a eleição presidencial e transferiu os
processos políticos para a Justiça Militar[2]. Em
suma, um período de muito autoritarismo no país e que se refletiu enormemente
em toda a produção cultural da época e também das décadas seguintes.
No contexto desses fatos, o autoritarismo do período
militar em muito se assemelha ao mandonismo coercitivo dos homens da tapera.
Querendo sempre impor os seus desejos, selecionando as pessoas com quem
estabeleceriam contato. A esses poucos com que se relacionam diretamente impõem a
sua vontade; torturam-nas física ou psicologicamente; cativam-nas ou com elas
negociam de um jeito torto que mais parece coerção e exercício de domínio do
que parceria; coagem-nas a agir conforme
seus desmandos, submetendo-as a uma autoridade baseada no medo – ainda que
irracional –; e utilizam-nas como seus canais comunicativos para impor e
difundir uma opressão e uma pressão psicológica. Tal pressão chega ao seu ápice
quando se dá os episódios das invasões dos cães e dos bois, quando os moradores
se tornam prisioneiros em suas próprias casas ou são obrigados a se submeter a
adversidade dos acontecimentos, adaptando-se a elas, tornando-se passivos.
Em A Hora dos
Ruminantes o autoritarismo é algo que se expressa na forma arrogante e
pretensiosa com o qual os homens da tapera se dirigem aos manarairemas, é um
perigo que ronda, mas que na maior parte do tempo se demonstra mais como uma
ameaça vaporosa e simbólica do que, de fato, real e concreta. Ela se torna mais concreta em alguns fatos isolados
como os casos dos personagens Mandovi e Pedrinho, no entanto, em outros, essa
concretude nem sempre é direta, mas em sua maioria cheia de símbolos. As invasões seriam, para mim, a
materialização mais contundente desse autoritarismo e do poder que os
forasteiros exerciam sobre aquela gente. Um poder misterioso, inexplicável,
inexpugnável e difícil de entender, assim como foram as próprias invasões.
Apesar de Veiga ter negado
qualquer intensão de fazer uma alegoria a Ditadura militar e ter,
inclusive, alegado que o livro foi escrito muito anteriormente ao golpe, muitos elementos da narrativa indicam justamente o
oposto.
A especialista em Cultura
e Literatura, Maira dos Santos Mussato[3],
destaca muitos destes aspectos em sua análise do livro. Segundo a autora esses
alguns desses aspectos seriam a tortura dispensada a um dos personagens, prática
comum nos tempos de ditadura; a descrição de um uniforme dos homens da taipa que poderia ser considerado como uma metáfora
das fardas militares; a estruturação de um acampamento bastante estruturado e
alinhado como aqueles estabelecidos pelos exércitos em campanha; a atitude
passiva dos moradores de Manarairema, que se assemelha a postura de
uma grande parcela dos brasileiros naquele momento histórico.
Por fim, a autora ainda afirma que no livro se processa uma “zoomorfização[4]
dos homens, violentos, invasores, tiranos, tão poderosos que a população
prefere conformar-se e curvar-se perante seu poder do que confrontá-los, de tão
comprometedora que é a imagem desses homens”. Ou seja, para acessa autora,
os animais que invadem a cidade de Manarairema eram a personificação não só dos
homens da tapera, mas igualmente dos
militares que tomavam o poder no Brasil no momento em que o livro foi
publicado. Por conta disso que Mussato
afirma que o que ocorre no romance é que as “ações repressivas da ditadura foram simuladas pelos animais, que na
verdade representavam os enigmáticos homens da tapera”.
Concordo em muitos aspectos com a autora supracitada, porque
de verdade o romance de Veiga nos dá todos os elementos para crer que ali temos
uma parábola sobre os tempos de ditadura militar no Brasil. Contudo, sendo ou não uma alegoria ou uma metáfora à Ditadura, é
certo que os principais temas
de A Hora dos Ruminantes giram
entorno de conceitos como opressão, liberdade e autoritarismo, e estes conceitos
se alinham com o estranhamento e as relações assimétricas de poder. O que se impõe entre aqueles dois grupos, tão adversos
entre si, coloca-os em posições desiguais, em relações que beiram o verticalismo, termo do espanhol que faz
alusão a organização vertical ou hierárquica de poder.
Desse modo,
além de um desejo forte e determinado de escrever algo originalíssimo, acredito
que o propósito de Veiga ao escrever A
Hora do Ruminantes foi falar da natureza e da reação humana diante do
desconhecido, da mudança, da opressão e do estranho.
Da
escrita, linguagem e narração
O autor, José J. Veiga (1915-1999). |
Nessa linguagem que é
formal sem o ser, mora a forma de falar dos manarairemas,
uma forma de falar beirando o interiorano, provavelmente inspirado ou com
fortes influências da forma cotidiana de falar dos goianos do interior,
conterrâneos do escritor.
Por ser um livro muito curto, não houve espaço em A Hora do Ruminantes para um texto
arrastado, porém, mesmo em seu formato enxuto, a narrativa é riquíssima em
detalhes e análises dos personagens, de suas ações e da vida naquela cidade.
Mas toda a força
descritiva do escritor transborda quando alcançamos os dois capítulos finais.
Ali Veiga esmiúça os fatos, seus desdobramentos, suas extensões. Deixa claro a
apreensão das pessoas, as estratégias para resistir aqueles acontecimentos
inusitados que mexiam com os nervos de todos e colocavam a prova a capacidade
de resistência daquelas pessoas. Essa capacidade de narrar, em riqueza detalhes,
algo que, no final, foi sucinto, breve, impressiona.
Não há humor na obra de
Veiga, mas um constante sentimento de ironia que parte do narrador, como bem
destaca Mussato. Apesar de narrado em terceira pessoa, o narrador de A Hora dos Ruminantes se envolve
bastante com a narrativa. Ele não é só irônico como também se compadece do que
acontece com os personagens da narrativa, sente compaixão por elas conforme
destaca a autora supracitada.
Duas coisas curiosas
acerca do narrador criado por Veiga. A primeira é sua fala que se mistura ao
pensamento dos habitantes de Manarairema. A segunda, a sua capacidade de
visão dentro da narrativa que parece se limitar ao espaço conhecido por estes,
de modo que, como ninguém tem conhecimento do que se passa no acampamento, o
narrador também não o tem.
Tudo o que o narrador descreve parece ao mesmo tempo
condizente com os sentimentos de seus personagens e filtrado pela óptica dos manarairemas: ele só descreve o que os
moradores da pequena cidade presenciam, testemunham. No entanto, mesmo aí
existe uma limitação, pois quando personagens como o carroceiro Germiniano e o
vendeiro Amâncio Mendes se recusam a falar o que sabem, o que viram no acampamento,
também a “clarividência” do narrador é restrita ao pouco que eles revelam para
os demais moradores.
O resultado é, que, assim como ocorre com os moradores, nosso
conhecimento sobre o acampamento é restrito, e sobre os homens da tapera se limita ao que foi testemunhado pelos moradores
e depois por eles espalhado nas rodas de conversa.
Conclusão
Muitos críticos da obra de
José J. Veiga tentam enquadrá-lo dentro do movimento da literatura fantástica[5], bem
como dentro do Realismo Mágico[6],
contudo para Mussato, Veiga A Hora dos
Ruminantes não é uma obra que seguiria
nenhum dos dois movimentos, nem que poderia ser encaixada numa única
“classificação peremptória”. Tratar-se-ia, talvez, de um híbrido desatas
correntes, mas com certeza “de uma
narrativa com temas do absurdo”, no qual o sobrenatural “é apresentado com naturalidade, como se não
desmentisse a razão”.
De todo a todo, A
Hora dos Ruminantes encerra em si uma ideia de uma originalidade extrema. O
autor pensa o impensável. Nessa obra absurdo e estranho se misturam e ao mesmo
tempo não se desligam da realidade cotidiana, pois se comunica com o contexto
histórico e social da época – ainda que não seja propriamente o contexto do
golpe como o autor tenta justificar –, tecendo críticas nas entrelinhas. Ao mesmo
tempo retrata as maneiras das pessoas do interior, pondo em relevo os valores,
os costumes, pensamentos e comportamentos da gente humilde das pequenas cidades
e dos inúmeros povoados do Brasil rural.
[PARÁGRAFO COM SPOILER DO FIM DA NARRATIVA] O desfecho da história é tão surpreendente quanto toda
a narrativa. Fala de recomeço e de marcas que não se fecharam tão facilmente,
fecha a narrativa e ao mesmo tempo deixa muitas questões sem resposta. Por fim,
os papéis dos dois grupos que polarizam a história se invertem e são os homens da tapera que passam a
temer os habitantes de Manarairema. Entretanto não seria
propriamente um temor dos manarairemas,
mas da capacidade de resistência e de resiliência[7] de um
povo que sobreviveu a opressão e a todas as invasões sofridas. Pessoas que
mesmo tendo sido em sua maioria passivas, resistiram à adversidade e que
representaria um risco a parte se um dia pretendesse também resistir a
opressão.
Mesmo aqui
eu vejo muito da história brasileira durante a época da Ditadura Militar no
país.
Um livro
fantástico!!!
A edição lida é da Editora
Companhia das Letras, do ano de 2015, e possui 152 páginas. Abaixo você pode
conferir uma prévia do livro disponível no Google Books.
Prévia do Google Books
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[1]https://pt.wikipedia.org/wiki/1966_no_Brasil
[2]
http://correio.rac.com.br/_conteudo/2014/03/especial_correio/50_anos_do_golpe_militar/163869-os-anos-que-abalaram-o-brasil-e-o-mundo.html
[3]
MUSSATO, Maira dos S. Uma reflexão sobre as alegorias em ‘A Hora dos
Ruminantes’. Revista Virtual de Letras,
v. 07, nº 1, 2015. p. 178-198. Disponível em:
http://www.revlet.com.br/artigos/260.pdf. Acesso em: 29 de novembro de 2017.
[4]
“Zoomorfização (ou Animalização) é uma figura de linguagem que aproxima e
descreve o comportamento humano como de um animal, o homem é tratado como um
animal. Mais do que uma figura de linguagem, a Zoomorfização é uma concepção do
Naturalismo. Assim, quando o homem é retratado como um animal, expressa-se a
ideia da época, muito influenciada pelo Darwinismo, de que o homem não passa de
um ser instintivo, consideravelmente irracional e que é condicionado pelo meio
em que vive”. (Wkipédia).
[5]
Segundo Maira dos Santos Mussato (2015) a narrativa fantástica se caracteriza
por “um questionamento inevitável sobre a veracidade do acontecimento ocorrido,
se o mundo em que se encontram as personagens é real ou ilusório” (p. 188).
Além disso é um tipo de literatura marcada pela ambiguidade. Citando Todorov a
autora afirma que, no fantástico, “o sobrenatural se dá pela inserção no mundo real
de acontecimentos inexplicáveis e inadmissíveis” (p. 188). Afirma também que
quando o acontecimento sobrenatural é aceito, sem hesitação, já não mais se
trata do gênero fantástico, mas sim, do gênero maravilhoso. E se “uma
explicação racional é dada para os acontecimentos sobrenaturais, a narrativa
deixa de ser fantástica e se enquadra no estranho” (p. 188).
[6]
Segundo Maira dos Santos Mussato (2015) “esse gênero, largamente difundido
entre os romancistas latino-americanos, do século XX, caracteriza-se por ser
mais crítico e interpretativo, construindo a narrativa sob uma visão mágica.
[...] representa o que há de concreto e palpável, para mostrar o mistério que
há no real. Essa nova manifestação está mais centrada no homem moderno e suas
necessidades” (p. 189).
[7]
Capacidade de se recobrar facilmente ou se adaptar à má sorte ou às mudanças.
(Houaiss, 2001)
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