Por Eric Silva
Está sem tempo para ler? Ouça a nossa resenha, basta clicar no play.
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Literatura brasileira ou estrangeira? Por que no país muitos leitores valorizam mais a literatura de fora? Imagem: http://educarparacrescer.abril.com.br/blog/biblioteca-basica/. |
Porque tantos brasileiros não gostam de literatura
brasileira e dão preferência a literatura estrangeira?
Eu como muitos brasileiros também não era grande
simpatizante da literatura nacional. Para perceber isso basta observar que leio
autores do mundo todo e pouquíssimos deles são nacionais. Contudo, a medida que
fui montando um de nossos projetos que fala sobre os livros que
marcaram minha infância e adolescência, fui percebendo pela lista de livros que
devo muito mais à literatura brasileira do que imaginava. Foi ela quem me
iniciou no mundo das letras, foi ela minha primeira amante.
Percebo hoje que foi inspirado por literatura brasileira
que tive meus primeiros sonhos literários e que foi com autores como Aristides
Fraga Lima (A Serra dos Dois Meninos), Leila
Rentroia Iannone (Rio tem Coração?), Clarice
Lispector (A Vida Intima de Laura) e tantos outros que me fiz
leitor. Mas por algum motivo me perdi na seara de minhas escolhas literárias e
como tantos outros passei a olhar de outro modo minhas origens. Cuspi no prato
que comi.
Felizmente, todo os anos os projetos do Conhecer e
principalmente a nossa Campanha Anual de
Literatura me ensina algo novo e dessa vez o ensinamento me fez
tomar o papel de filho pródigo e voltar para casa. Por isso, na postagem
especial de hoje venho discutir um pouco sobre porque tantos brasileiros não
gostam de literatura brasileira. Falar de quais fatores na minha opinião
impulsionam essa descrença pela nossa literatura e dos motivos de no país se
dar tanto crédito a uma literatura estrangeira supostamente tomada como
superior à nossa.
***
Clarice Lispector, uma de minhas iniciadoras na literatura. Imagem: http://acervo.revistabula.com |
Acho um tanto leviano
comparar a literatura internacional com a brasileira, porque não temos uma
noção ampla da produção de cada país. Ao contrário disso, nossos maiores
contatos são com livros de países de língua inglesa, marcadamente de autores
estadunidenses e ingleses. No caso de outros países como os do continente
africano, por exemplo, poucos são os autores que chegam a ser traduzidos e
publicados no país. Então quase sempre que alguém compara nossa literatura com
a estrangeira ou o faz pautado em um número restrito de autores de um
determinado país, ou o faz baseado na literatura mais comercial estadunidense e
inglesa, que é o que de fato chega mais até nós.
Por outro lado, mesmo que
tivéssemos a condição de conhecer amplamente a literatura de cada país do
mundo, ainda seria leviano ranqueá-las. Entendo
a literatura de uma nação como um reflexo da cultura, da identidade, da
história, dos problemas e dos sonhos de um povo. Se olhos são o espelho da
alma de alguém, a literatura é também uma expressão de uma sociedade, está
sempre carregado de identidade própria, mesmo quando se imita uma dada
tendência internacional. E se, na era moderna, as nações reconheceram que
nenhum povo é superior a outro, nenhuma literatura também o será.
Evidentemente que isso não
elimina o fato que a nossa literatura tem seus problemas, de que está repleta
de livros que não são muito prazerosos e de tantos outros que foram
malsucedidos. Eu, por exemplo, não suportei o livro Noite do Massacre do reconhecido autor Carlos Heitor Cony. A despeito da
fama de seu autor, esse pequeno livro de Cony é, na minha opinião, nada muito
além de um amontoado de violência gratuita. Foi em respeito às nossas próprias condutas éticas que
preferi não resenhar o livro de Cony. Contudo,
não é por uma pequena amostragem estatística que se define as reais
características de uma população e isso vale também para a literatura seja ela
nacional ou estrangeira.
Senhor dos Anéis, de J.R.R. Tolkien. Uma das obras estrangeiras que mais fez sucesso no Brasil, sobretudo após ser adaptado para o cinema. |
Os livros que chegaram ao Brasil são quase sempre
selecionados de acordo com as possibilidades de sucesso no mercado brasileiro. São best-sellers,
ganhadores do prêmio Nobel, autores com público cativo que em geral já
acompanha os seus trabalhos na sua língua nativa, livros que viraram filmes e
séries de televisão de sucesso ou livros que obtiveram grande aceitação no
exterior. Por tanto são livros que são esperados por um determinado público ou
que podem ganhar terreno no mercado, tomando como base a sua popularidade e boa
aceitação lá fora. Os insucessos raramente chegam até nós e mesmo bons livros
não nos alcançam por que não são pops.
Mas é claro que dos livros
estrangeiros que chegam até o Brasil, nem todos são cativantes. Há também obras
estrangeiras que considerei entediantes como Los Alamos, de Martin Cruz Smith, e A Bela e a
Adormecida, do cultuado Neil
Gaiman. Esse último, para mim, foi a releitura mais pouco inspirada que já li e
não está entre os melhores trabalhos do autor.
Por outro lado, na minha modesta opinião, o principal
motivo dos brasileiros não gostarem da literatura local é porque a desconhece
em sua profundidade. E por que? A
resposta é difícil porque é cíclica e um fator retroalimenta o outro. Em resumo
seria: falta divulgação e espaço para o
escritor nacional, e falta porque não há procura expressiva, e se não há
procura, pela (in)lógica capitalista acaba faltando também interesse de criar
oferta.
O grande mercado editorial
brasileiro não dá um maior espaço aos novos escritores brasileiros por razões
muito óbvias e a principal delas é a
dificuldade de vender literatura brasileira quando esta não é popular entre os
já escassos leitores do país.
Vamos por partes.
Os brasileiros têm uma tendência muito forte de depreciar
tudo o que é nacional. Dizia Nelson
Rodrigues, dramaturgo e escritor brasileiro, que nós temos um “complexo de
vira-lata”, ou seja, um olhar de povo
colonizado que se coloca, “voluntariamente”, ressaltava o autor, em uma posição
de inferioridade em relação ao resto do mundo. Esse “complexo” se reflete
em diferentes seguimentos da vida e nos faz repetir frases depreciativas como “só podia ser brasileiro” para tudo o que
é de ruim e que de alguma forma envolve o país. Não é diferente quando se trata
de literatura.
Antes de escrever qualquer
postagem, costumo ler sobre o assunto, indo de artigos científicos às opiniões
de colunistas e resenhistas. Andei lendo alguns textos também sobre o fato de
que nós não gostamos de literatura brasileira e o que descobrir é que as
pessoas que não leem a literatura nacional o faz por preconceito, por conhecer
pouco de sua diversidade, por um problema de divulgação de milhares de
escritores nacionais, pela seletividade do mercado editorial, mas
principalmente por estarem dentro deste complexo de que nos falava Nelson
Rodrigues.
Na minha pesquisa me deparei
com todo tipo de opinião, mas um artigo em particular me chamou muito atenção e
que pertence a um blogueiro que costuma fazer listas sobre temas literários.
O conteúdo do blog citado é
interessante, para dizer a verdade, porque é objetivo (ao contrário dos meus
textos intermináveis) e não assusta quem tem preguiça de ler. Porém, em uma
dessas listas o citado blogueiro tece dez razões de porque a literatura
estrangeira é mais atraente do que a nossa, tomando por base sua própria
experiência literária. Contudo ao ler a lista a sensação que fica para o leitor
é que ele lê bem pouco os autores brasileiros ou está preso a um determinado
círculo de autores e não se aventura para além do que os vestibulares costumam
exigir.
Para justificar sua posição o
blogueiro lista uma série de problemas que ele julga ser a razão da literatura
brasileira ser (nas minhas palavras) decadente e desestimulante. Eis a lista:
falta de objetividade, de movimento, descompromisso com o enredo e com o
entretenimento, catálogo reduzido “de bons ficcionistas nacionais”, o uso
excessivo de metáforas, ambiguidades e de sentidos figurados, excesso de
seriedade (falta humor), excesso de militância, pouca amplitude (só fala das
mazelas brasileiras como a corrupção e a violência) e, por fim, somos atraídos
pelo desconhecido.
Imagem da fachada da Acadêmia Brasileira de Letras no Rio de Janeiro. Imagem: Wikimedia Commons. |
Após ler a lista concordei em
parte com o que ele dizia. Estes problemas de fato existem. Mas ao contrário do
que ele quis sugerir não é um problema exclusivo do Brasil, pelo contrário é um
fenômeno geral, corriqueiro em todo o mundo. Os problemas são bem mais
profundos e estruturais.
Além disso, separemos o joio
do trigo, é leviano e generalista afirmar que TODOS os milhares de escritores
do país são como a lista descreve e que TODOS os milhões de estrangeiros
escrevem melhor do que nós.
Catálogo reduzido?
De forma alguma! Catálogo pouco divulgado.
Uso de metáforas e sentidos figurados? É certo que o excesso torna a leitura massacrante, mas
em muitos casos são elas que dão charme e seduzem o eleitor pela curiosidade,
abrem sua mente para imaginar o que tudo aquilo pode significar! Qual a
mensagem que o autor quis passar. Inclusive essa é a alma de A Hora dos
Ruminantes, de José J. Veiga, um dos
últimos livros que resenhei aqui. Sem o uso da metáfora simplesmente não
existiria história no livro citado.
Pouca amplitude?
Sem comentários, porque é uma inverdade. Eu diria que muitos autores
brasileiros se fixam demais no cotidiano, nas coisas simples da vida
brasileira, são introspectivos demais, mas mesmo entre esses a variedade
temática é imensa.
Movimento?
Literatura agora é cinema? Todo livro tem que falar de ação? As questões
psicológicas e/ou filosóficas devem estar a serviço da ação, mesmo que se corra
o risco da literatura se tornar um amontoado de obras rasas e sem relevo?
Falta de humor? Convido
todos a lerem A Mulher que
escreveu a Bíblia de Moacyr Scilar ou Hilda Furacão de Roberto Drummond.
Falta de objetividade?
O que se busca não são histórias inteligentes, reais, fantásticas, inspiradas e
comoventes? Objetividade não tem nada a ver com nenhuma dessas coisas.
Objetividade é questão de estilo e isso é próprio de cada escritor.
Descompromisso? Como
é possível pecar pelo excesso de figuras de linguagem, questões filosóficas e
existências e ao mesmo tempo ser descompromissado? Foi a que menos entendi, mas
me pareceu que se quis dizer – como outro blogueiro afirma claramente,
inclusive, – de que os brasileiros só imitam os escritores estrangeiros
tentando adaptar estilos e movimentos para a realidade brasileira quando isso
nem sempre é possível. Bem, se isso acontece, é porque temos o famigerado
“complexo de vira-lata” e na vida estamos sempre buscando imitar o que é de
fora.
Militância? Existe
em todo lugar porque é algo necessário à conquista dos direitos sociais como a
liberdade de expressão, e a literatura sempre foi e sempre será uma ferramenta
de luta independente de qual foi o idioma em que foi escrito. Ou devemos
esquecer das críticas sociais feitas por grandes escritores europeus como Charles
Dickens e Victor Hugo em suas obras?
Por fim, vem a questão do entretenimento. Concordo, em parte, que
muitas histórias de escritores brasileiros não são para serem lidas de uma vez,
sem o devido cuidado e atenção. São textos para serem digeridos lentamente e
são pouco acessíveis para quem tem pouca experiência, vocabulário pobre, ou
pouca formação educacional. Como diz o jornalista Felipe Pena, muitos
escritores “escrevem para si mesmos e
para um ínfimo público letrado, baseando as narrativas em jogos de linguagem
que têm como único objetivo demonstrar uma suposta genialidade literária”.
Mas essa constatação não pode ser estendida a todos de forma alguma.
As histórias brasileiras
podem não ser em sua maioria cinematográficas como os romances do espanhol
Carlos Ruiz Zafón, autor que gosto muito. Mas quem foi que disse que todo livro
tem que estar a serviço da sociedade do espetáculo? Uma literatura baseada só e
puramente no entretenimento seria pobre, rasa e repetitiva – tenderia a ser
mais do mesmo. Há que sim, buscar o meio termo.
Mas deixando de lado o
blogueiro em questão. O que quero dizer é que o primeiro ponto que nos
impossibilita de gostar de literatura brasileira é esse “complexo de vira-lata”
que faz o brasileiro depreciar tudo o que é nacional e exaltar o estrangeiro.
Foi-se aí o primeiro ponto que eu queria colocar.
O segundo ponto tem relação
com as nossas experiências literárias na escola, local onde temos (somos
obrigados a ter) maior contato com a produção nacional, particularmente os clássicos.
Para muitos leitores –
marcadamente os mais jovens – a literatura brasileira é chata, porque para a
maioria deles a literatura do Brasil se resume aos clássicos estudados na
escola. Também já pensei assim.
A questão que reside aqui é que a literatura varia no
tempo, muda de estilo e de temática e na escola geralmente somos forçados a ler
obras em uma linguagem difícil – para
qual não fomos devidamente preparados – e
sobre temas de relevância para uma época passada que pouco fala de nós e da
forma como vivemos. Não se cria identificações nem laços e a barreira da língua
contribui enormemente para isso. Como muitos professores não conseguem nos
alcançar e mostrar o verdadeiro valor da obra que temos em mão, o efeito obtido
é nos traumatizar em relação aos clássicos brasileiros.
Se não bastasse, há pouco espaço para a literatura
contemporânea na escola. Nossas primeiras leituras na instituição ou são de
livros infantis e pedagógico ou de literatura clássica. Pouco se lê da
literatura brasileira atual e pouco se diversifica o tipo de leitura e seus
gêneros. No fundamental II não há diversidade e no Ensino Médio só se lê os
clássicos. Ou seja, se o estímulo para ler já é pouco, menor ainda é a
variedade do que se “obriga” a ler.
Acredito que o que falta
nesse quesito é leituras que vão avançando conforme a idade, o letramento e a
formação crítica dos alunos. Leituras que vão gradativamente dos livros mais
acessíveis aos mais complexos, dos contemporâneos aos clássicos, utilizando-se
dos mais variados gêneros, cultivando pouco a pouco e continuamente o interesse
pela leitura. E ler deve ser algo
divertido, deve se lúdico, envolver projetos, unir literatura a ouras artes
como o cinema e o teatro. Como isso não acontece não se cultiva leitores,
muito pior, amantes de literatura brasileira.
Imagem de livraria localizada no Brasil. Ao fundo secção dedicada a literatura brasileira. Imagem: Nelson Kon. |
O terceiro ponto está na
outra ponta da corda: o mercado editorial.
Como eu disse é difícil vender literatura nacional quando
esta não é popular entre os já escassos leitores brasileiros. Por conta
disso o mercado procura atender aos nichos de leitores já existentes e publica
mais aquilo que interessa a esses grupos.
Muitas vezes as grandes
editoras buscam aqueles autores brasileiros que já fizeram sucesso em editoras
menores ou com produções independentes porque aí já existe um público
interessado. Esse foi o caso de Eduardo Spohr, autor de A Batalha do Apocalipse, e de Chris Mello, autora de Sob a Luz de seus
Olhos, que possuem uma qualidade
literária muito boa, fizeram sucesso em editoras menores e chamaram a atenção do
grande mercado editorial tendo seus livros republicados por ele. Mas, na
verdade, a maior parte do espaço é dado a autores brasileiros já consagrados,
ganhadores de prêmios, autores indicados para uso pedagógico, celebridades e
aqueles escritores que possuem alguma notoriedade dentro de um grupo social
específico como o meio artístico, intelectual ou da elite nacional.
A literatura nacional
popular, para jovens, de fantasia, de terror, policial, de ação, de aventura,
dentre outros gêneros e subgêneros, possui pouco espaço o que cria o mito de
que não existe bons autores nacionais que produzam narrativas desse tipo de
gênero, o que é, na verdade, um equívoco. Além disso, para as editoras, apostar
em autores que já fazem sucesso no exterior nesses gêneros como Rick Riordan
(literatura para jovens), George R. R. Martin (fantasia), Stephen King (terror)
e Jo Nesbø (policial e suspense) é certeza de lucros maiores.
Ao contrário disso,
encontrar, lançar e promover novos autores que sejam bons, do país e desconhecidos
pelo grande público é, em muitos casos, um empreendimento que pode dar
prejuízos, uma vez que, salvo poucas exceções, esses autores demoram a chamar a
atenção do mercado, exigindo um maior trabalho de marketing e logo, gastos
maiores. No fim, são as pequenas editoras que mais se lançam nesses projetos de
risco, porém com números menores de livros e de autores publicados por ano.
Mas ainda temos um quarto
ponto: divulgação.
A literatura que mais vende no Brasil está ligada ao cinema, a TV e ao sucesso do autor e da obra no exterior. |
Os livros estrangeiros
recebem um marketing muito maior e
até mais agressivo, enquanto que os livros brasileiros quase sempre são
divulgados no boca a boca, geralmente pelos próprios autores ou por blogueiros
como nós do Conhecer Tudo e tantos outros. Isso diminui a visibilidade das
obras nacionais, de novos escritores. Só quem está ligado nas redes, quem lê
bastante pequenos blogs, quem vai a encontros literários por todo país têm
contato com os novos escritores e conhecem seu trabalho. E mesmo alguns autores
mais antigos e consagrados acabam vendendo pouco porque suas obras são pouco
divulgadas ou aparecem apenas em algumas mídias como revistas de grande
circulação, mas que não são lidos por todos os seguimentos.
Acredito que o pouco marketing se deva, sobretudo, pelos
gastos quando comparados com as possibilidades de retorno, porque divulgação
nem sempre elimina o preconceito do brasileiro em relação a nossa literatura.
Como se vê o problema é
complexo e não pode ser nem generalizado, nem simplificado. Mas ainda assim,
penso que, diante do que discutimos, não é só o mercado editorial brasileiro
que tem que mudar, mas o brasileiro também.
De um lado, as escolhas das
editoras se baseiam em termos comerciais, porque, no final das contas, elas são
empresas que precisam lucrar ou acabam fechando as portas. Mas do outro, também o posicionamento do leitor
brasileiro que ainda vê a literatura nacional com preconceito tem que ser
mudado.
Acredito que quando a nossa
literatura for mais valorizada pelos leitores brasileiros a tendência será de
uma valorização dos autores independentes, dos novos autores, da produção vinda
de pequenas editoras e também por parte do grande mercado editorial que está
sempre farejando tendências.
A verdade é que não importa
se a literatura brasileira é mais intelectualizada ou popular, ou se é pouco ou
muito ligada ao entretenimento. Precisamos
abandonar um posicionamento em que valorizamos mais a literatura estrangeira do
que a literatura local, porque para
gostar de literatura brasileira, assim como de qualquer outra literatura, é
preciso sair do comodismo e minerar: ler de tudo, buscar pequenas editoras,
autores estreantes, ler os clássicos, os livros mais intelectualizados, os mais
populares, os best-sellers nacionais,
as produções independentes e livros de todos os gêneros.
É necessário que nos aventuremos com o olhar despido de
qualquer tipo de ideia preconcebida. Porque de outra maneira continuaremos com
nossos olhares voltados para fora e deixaremos de enxergar pequenas pérolas de
grande valor que surgem aqui mesmo.
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